Como uma fábrica de cristal de 438 anos continua operando até hoje

Fundada em 1586, a Vidraria de Müntzthal tornou-se "Verrerie royale" em 1767 através do selo real de aprovação de Luís XV. Os mestres vidreiros, orgulhosos e reservados, sopraram, gravaram e cortaram vidro sem trégua em seu esforço para produzir o vidro mais fino e transparente possível. A Itália e a Boêmia já produziam cristalinos, mas foi o inglês George Ravenscroft quem aperfeiçoou a técnica de fabricação do cristal genuíno. Em 1781, especialistas da Saint-Louis também conseguiram descobrir o mistério para fabricá-lo.

Desde 1829, rebatizada de "Cristallerie royale de Saint-Louis", a manufatura passou a dedicar-se exclusivamente à produção de peças em cristal e introduziu o conceito de conjunto de copos para mesa de jantar com o serviço Trianon. Através de inovações estéticas e formais, a arte do cristal seduziu o mundo inteiro.

Desde então, a Saint-Louis assina diariamente criações em cristal -baixelas, vasos, lustres, artigos de iluminação e pesos de papel- elaboradas por mestres sopradores e cortadores de vidro considerados entre os melhores da França. Todos possuem conhecimentos insubstituíveis e habilidades ancestrais que foram enriquecidos de geração em geração: o cristal é soprado, cortado à mão, gravado à mão e decorado à mão com ouro ou platina de 24 quilates.

Poucas pessoas sabem como as peças da fábrica de cristal mais antiga da França já foram um pilar dos palácios franceses no século XIX, mas muitos fornos como este fecharam quando alternativas de vidro mais baratas se tornaram amplamente disponíveis. A Saint-Louis só conseguiu sobreviver se inclinando para o tipo de produtos de luxo que são raros hoje em dia. Supostamente, menos de 10 pessoas sabem a receita exata para o cristal da empresa.