Os abacates podem parecer inocentes, mas estes frutos oblongos, depois que viraram o fruto da moda nos EUA, segundo um estudo de 2020 da Universidade Emory descobriu que, em um período de quatro anos, mais de 27.000 pessoas foram parar no pronto-socorro por ferimentos sofridos ao abrir um abacate. Lesões sofridas ao extrair o caroço ou ao cortar o fruto tornaram-se tão vulgares que os médicos as batizaram de "mão de abacate". Claro que existe uma forma mais segura de cortar abacates, mas as facas são apenas um dos perigos que existem nas cozinhas. |
Segundo um estudo de 2023, nos EUA, entre 2011 e 2022, os aparelhos de cozinha mais mortíferos foram os combinados de fornos e fogões em um só aparelho. Tiraram vidas provocando incêndios e libertando monóxido de carbono, um gás que pode causar asfixia em altas concentrações.
Em um passado muito recente, pessoas menos abastadas em cidades do interior tinham o costume de levar um latão de 20 litros de brasa para o quarto, como forma de amenizar o frio nas noites de inverno. Portas e janelas fechadas e asfixia renderam muitas internações hospitalares e até morte.
Felizmente, este tipo de mortes súbitas e catastróficas são raras, mas os perigos da cozinha que causam o maior número de vítimas podem ser menos imediatos e mais graduais, envolvendo exposições constantes, como coisas no ar que respiramos. Os fornos e fogões continuam a ser os principais culpados nisso.
A quarta principal causa de anos de vida perdidos a nível mundial é a poluição atmosférica. Isso inclui a poluição do ar de ambientes interiores, a maior parte da qual provém de cozinhar. Mais de 2 bilhões de pessoas cozinham com um combustível sólido, como o carvão e a madeira. À medida que ardem, o fogo e o oxigênio não atingem todo o combustível levando a uma combustão incompleta.
Isso produz poluentes como a fuligem, o monóxido de carbono, óxidos de azoto e muitas partículas, sólidas e líquidas, que são transportadas pelo ar e são suficientemente pequenas para serem inaladas. Uma única partícula pode conter muitos químicos diferentes. E as partículas minúsculas podem penetrar profundamente nos pulmões, entrar na corrente sanguínea, irritar os tecidos, causar inflamação e causar mais problemas sistêmicos.
Estima-se que cerca de 3 milhões de pessoas morram prematuramente todos os anos devido a doenças causadas pela queima de combustíveis sólidos. Os fogões e fornos que não utilizam combustíveis sólidos produzem muito menos poluição, mas ainda uma quantidade considerável. Há dois tipos básicos: o a gás e a eletricidade.
Os fogões a gás queimam principalmente metano para criar uma chama aberta para cozinhar. Os fogões elétricos tradicionais utilizam elementos metálicos que irradiam calor quando uma corrente elétrica passa através deles. São diferentes dos modernos caros fogões elétricos de indução, que utilizam ondas eletromagnéticas para induzir correntes que aquecem diretamente as panelas de ferro e de aço.
Os fogões a gás poluem mais que os elétricos. Isso porque a combustão do gás natural produz subprodutos como monóxido de carbono, óxidos de azoto e formaldeído. Desvendar as causas das doenças crônicas é incrivelmente difícil, mas p acúmulo de evidências sugere que os fogões a gás exacerbam os sintomas da asma e colocam as crianças em maior risco de desenvolver essa doença.
Os combinados elétricos são mais limpos do que os de gás, mas ainda não estão totalmente livres de poluição, nenhum combinado está. É inevitável alguma poluição do ar dado o processo de cozinhar seja qual for o combustível. Cozinhar a alta temperatura geralmente libera mais poluentes do que a baixa temperatura.
Afinal, carbonizar um bife não é muito diferente de queimar um combustível sólido. E as substâncias, como o óleo e a poeira podem acumular-se e liberar poluentes quando aquecidas. A transição para acabar com os combustíveis sólidos é fundamental para melhorar a qualidade do ar de ambientes internos e, assim, prolongar a vida das pessoas.
Cozinhar com ventilação adequada, idealmente, a partir de um exaustor potente que ventile para o exterior e mudar de gás para eletricidade também ajudará muito. Os aparelhos elétricos são menos perigosos por outra métrica significativa: o clima global. A queima de combustíveis fósseis, tal como o gás natural, libera dióxido de carbono que aquece a atmosfera, e os combinados a gás também podem liberar metano, um gás com efeito de estufa ainda mais potente.
Os aparelhos elétricos, entretanto, só devem tornar-se mais compatíveis com o clima à medida que as redes transitem para fontes de energia renováveis. Além de serem melhores para o clima e para a saúde pública, os fogões elétricos de indução tendem a rivalizar ou superar todos os outros tipos de fogões -elétricos e a gás- quando se trata da eficiência de cozinhar e da facilidade de limpeza.
As placas de indução só aquecem coisas que reagem fortemente aos seus campos magnéticos, para não podermos queimar-nos neles diretamente. Dadas as grandes preocupações com a saúde e o clima em relação aos aparelhos a gás, alguns governos proibiram novos desenvolvimentos e muitos estão ajudando a subsidiar a transição do gás para a eletricidade.
Mas as facas provavelmente serão as mesmas, por isso, por favor, deixem de esfaquear os abacates enquanto estão em suas mãos.
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