De acordo com a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), 777 espécies de animais foram extintas desde o início da era moderna, por volta do ano de 1500. A explicação é que antes disso é praticamente impossível confirmar que as extinções tenham, de fato, sido causadas pela nossa espécie. A IUCN é a mais antiga organização para preservação ambiental e classifica as espécies existentes do planeta quanto ao risco de serem extintas. A organização classifica as espécies em oito categorias, sendo as duas primeiras consideradas espécies extintas. |
A IUCN também indica que mais de 26.500 espécies estão ameaçadas de extinção e mais de 500 são brasileiras. Pesquisas indicam que: 40% dos anfíbios estão ameaçados, 25% dos mamíferos estão ameaçados, 14% das aves estão ameaçadas, 31% de tubarões e raias estão ameaçados, 27% dos crustáceos estão ameaçados.
777 espécies não lhe parece pouco? Calma, não estou dizendo que quero que mais espécies sejam extintas. O que quero dizer é que apenas 7777 espécies de animais e plantas foram oficialmente declaradas extintas no mundo pela IUCN.
Um estudo de 2020 realizado por pesquisadores da Universidade de Estocolmo, na Suécia e do Jardim Botânico Real de Kew, no Reino Unido, analisou a extinção de plantas no mundo inteiro. Os resultados divulgados na publicação Nature Ecology & Evolution alerta que o ritmo de extinção de plantas tem sido 500 vezes mais rápido do que o das espécies animais. Desde 1900, são três plantas que somem por ano. Quase 600 espécies de plantas foram extintas no planeta nos últimos 250 anos, aponta estudo.
E se isso parece um número realmente pequeno, é porque é; na verdade, há muito mais do que 1.377 de espécies extintas por aí. Para começar, esse número inclui apenas espécies que foram extintas desde 1500, então não leva em conta todos os dinossauros e dimetrodontes e outros que desapareceram há muito tempo.
E mesmo se dermos uma olhada nas extinções mais recentes, ainda há muitas espécies que não estão sendo contadas. Primeiro, porque embora existam algo em torno de 2 milhões de espécies conhecidas em nosso planeta, a IUCN só tem os dados e recursos para rastrear de perto uma pequena fração delas. Então, quase certamente há espécies que conhecemos que foram extintas e não notamos.
O trabalho da IUCN avaliou o risco de extinção de apenas cerca de 5% das espécies conhecidas no mundo. Isso significa que o número pode ser bem maior. Um outro estudo, publicado na revista Biological Reviews, sugere que entre 150 mil e 260 mil de todas as espécies conhecidas poderiam ter morrido desde o início da idade moderna em função da atividade humana.
Há também toneladas de espécies por aí que não sabemos que existem em primeiro lugar, algo entre 3 e 100 milhões, dependendo de quem você perguntar. Então, definitivamente há espécies desaparecendo que nunca sequer identificamos em primeiro lugar. Então, muitas espécies extintas não são refletidas na contagem oficial.
Mas essas extinções são apenas parte do que quero dizer quando digo que não há espécies suficientes extintas; há outro grupo de espécies que talvez também deva contar. Veja, a IUCN só declara uma espécie extinta quando não há "nenhuma dúvida razoável de que o último indivíduo de uma espécie morreu". Mas há 2.100 espécies ameaçadas que ninguém avistou em pelo menos uma década.
O último tilacino cativo morreu no Zoológico de Hobart em 7 de setembro de 1936, uma data agora comemorada anualmente como "Dia das Espécies Ameaçadas" na Austrália. Cinquenta anos depois, em 1986, a espécie foi formalmente designada como Extinta pela União Internacional para a Conservação da Natureza.
Ou seja, muitas espécies "oficialmente" extintas podem estar apenas desaparecidos. Como o pica-pau-bico-de-marfim, cujo último avistamento verificado foi há 57 anos.A perereca-verde-de-fímbria (Phrynomedusa fimbriata), Foi vista pela última vez em 1923 na região do "Alto da Serra", em Paranapiacaba e não há uma explicação definida para a sua extinção. O maçarico-esquimó (Numenius borealis) não é visto desde 1963 e desde 1994 estava na lista como "possivelmente extinto". Caramba, um quarto inteiro das espécies desaparecidas não são vistas há mais de cem anos.
Poderíamos simplesmente pegar todas as espécies que estão desaparecidas há um certo período de tempo -digamos, 50 anos- e chamá-las de extintas... isso parece bem razoável! Mas a tartaruga-gigante-das-Seychelles (Aldabrachelys gigantea hololissa) foi encontrada viva 150 anos após sua suposta extinção, e o tagarela-de-sobrancelha-negra (Malacocincla perspicillata) apareceu do nada depois de estar desaparecido por 170 anos.
Então tem o Celacanto, um peixe que os paleontólogos só conheciam por fósseis de 240 milhões de anos... até 1938, quando um vivo foi retirado da água perto de Madagasgar. Então não podemos determinar se algo está extinto apenas por quanto tempo ele está desaparecido. Além disso, se rotularmos uma espécie como extinta quando ela pode não estar, isso pode acabar com qualquer proteção ambiental que a mantenha viva.
É por isso que a IUCN não está disposta a rotular nenhuma dessas 2100 espécies desaparecidas como extintas, embora a maioria delas provavelmente esteja! Então talvez faça sentido manter essas espécies desaparecidas no limbo da extinção, mesmo que isso signifique manter o número oficial de extinções muito menor do que sabemos que realmente é.
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