Eric Pianka é um famoso herpetólogo e ecologista evolutivo, professor de Zoologia na Universidade do Texas, em Austin, que em seus mais de 50 anos de carreira já mereceu diversas distinções. Só para entender a importância de Pianka em sua área de atuação, a American Society of Ichthyologists and Herpetologists criou a palavra "piankaficação" para definir a influência deste senhor na ecologia e biologia evolutiva |
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Pois bem, em março de 2006 Pianka recebeu o prêmio Distinguished Texas Scientist pela Texas Academy of Science, e como é habitual, fez um discurso para a ocasião. Neste discurso, Eric Pianka disse que seria bom para a Terra, para o planeta e todas as formas de vida que habitam nele, que o número de habitantes humanos diminuísse radicalmente. Então disse que este descenso poderia ocorrer, por exemplo, com a morte de 90% da população mediante doença por um vírus mutado do ebola.
Ademais sugeriu que esta drástica diminuição da população também seria um alívio para os humanos sobreviventes, já que a população humana está muito próxima dos limites do colapso por superpopulação. Isto não foi inventado por ele, há muitos pesquisadores que o apoiam com diferentes teorias e modelos matemáticos, desde os estudos do crescimento da população de Malthus no século XIX.
Na época, à raiz desse discurso, várias pessoas conhecidas denunciaram Pianka por "bioterrorismo" e por fazer apologia de um genocídio. Inclusive pediram a sua prisão pela ameaça que este homem representaria para o mundo. De fato, Eric Pianka e outros membros da Academia de Ciências passaram a receber ameaças de morte.
Pianka afirmaria mais tarde que suas declarações foraam tiradas de contexto e que estava simplesmente descrevendo o que aconteceria apenas com os princípios biológicos se as tendências atuais da população humana continuassem, e que não estava de forma alguma defendendo que isso acontecesse. A Academia do Texas, que sediou o discurso, divulgou uma declaração afirmando que muitas das declarações do Dr. Pianka foram severamente mal interpretadas e sensacionalistas.
Pianka viria a postar uma declaração em seu site da Universidade do Texas que dizia em parte:
Eu tenho dois netos e quero que eles herdem uma Terra estável. Mas temo por eles. Os seres humanos superpovoaram a Terra e no processo criaram um substrato nutricional ideal no qual bactérias e vírus (micróbios) crescerão e prosperarão.
Estamos nos comportando como bactérias crescendo em uma placa de ágar, florescendo até que os limites naturais sejam alcançados ou até que outro micróbio colonize e assuma, nos usando como seu recurso. Além de nossa densidade populacional extremamente alta, somos sociais e móveis, exatamente as condições que favorecem o crescimento e a disseminação de micróbios patogênicos.
Acredito que seja apenas uma questão de tempo até que os micróbios reafirmem o controle sobre nossa população, já que não estamos dispostos a controlá-la. Esta ideia foi defendida pelos ecologistas há pelo menos quatro décadas e não é novidade. As pessoas simplesmente não querem ouvir isso.
Eu não tenho qualquer má vontade para com as pessoas. No entanto, estou convencido de que o mundo, incluindo toda a humanidade, estaria claramente muito melhor sem tantos de nós. Simplesmente parar a destruição das florestas tropicais ajudaria a mediar alguns males planetários atuais, incluindo a liberação de patógenos anteriormente desconhecidos.
A antiga maldição chinesa "que você viva em tempos interessantes" vem à mente, estamos vivendo em um dos momentos mais interessantes que os humanos já experimentaram. Por exemplo, considere os múltiplos efeitos do aquecimento global. Precisamos fazer uma transição para um mundo sustentável. Se não o fizermos, a natureza fará isso por nós da maneira que ela própria escolher. Por definição, essas formas não serão nossas e não serão muito divertidas. Pensem sobre isso.
O trabalho atual de Pianka se concentra em comunidades de lagartos na Austrália. Seus projetos de pesquisa incluem o estudo da filogenia e ecologia de vários grupos de lagartos australianos e um extenso estudo da paisagem biótica única produzida por incêndios florestais na Austrália.
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Comentários
O problema não é a quantidade de pessoas, mas uma economia baseada no consumo com criação permanente de "necessidades" artificiais, a concentração de capital ( por quem defende tanto o capitalismo com o marxismo para explorar as massas), e, em suma a estupidez humana que abdica de ideais transcendentais para viver em meio ao lixo e a exploração de uns pelos outros. A mudança para algo diferente não virá jamais de políticos , pois estes são meros parasitas de tal ou qual sistema de exploração das massas que se apropriam de tal ou qual discurso (ambientalista, econômico ,religioso, etc) para enganar a população. A religião ( que em sua essência é auto conhecimento , impulso à superação em direção a algo Superior a nós mesmos) é instrumentalizada ou destruída para sustentar este estado de coisas, impedindo qualquer alternativa de escape. Quem deseja o despovoamento da Terra... apenas aguarde um pouco.
Ane,
Você quer ser a primeira?
Eu não!
Nem lí a matéria e já concordo
Qualquer argumentação sobre isso vai atacar assuntos que orbitam o tema (ética, direitos humanos, etc e tal) mas a lógica é irrefutável!
O único problema (mais polêmica) é que seria necessária uma eliminação seletiva, como por exemplo: salvo conduto para todos os médicos e aniquilação total da população carcerária (e por aí vai).
Brutal, mas faz sentido!