O Relógio do Julgamento Final é atrasado em um minuto

Nós já falamos sobre este relógio aqui no MDig. O Relógio do Julgamento Final mostra metaforicamente o tempo que a Humanidade está de sua autodestruição. Desta vez foi atrasado em um minuto. O relógio agora marca seis para a meia-noite, o que supõe um pequeno avanço em questões de desarmamento nuclear.

O relógio, concebido em 1947 por causa das detonações atômicas de Hiroshima e Nagasaki, só foi atualizado 18 vezes. É a primeira vez em quase duas décadas que o relógio é atrasado. A maior distância obtida por este indicador foi em 1991 (17 minutos para a meia-noite), quando a União Soviética e Estados Unidos assinaram o Tratado de Redução de Armas Estratégicas. A partir daí, os últimos eventos só fizeram que o relógio ganahasse minutos: a não diminuição da despesa militar pós Guerra Fria (1995, -3), os teste nucleares da Índia e Paquistão (1998, -5), a ruptura dos EUA com o Tratado sobre Mísseis Antibalísticos como conseqüência dos ataques do 9/11 (2002, -2); e o mais recente, os testes nucleares na Coréia do Norte (2007, -2).

De acordo ao grupo de cientistas atômicos por trás do Relógio do Julgamento Final – que inclui 19 prêmios Nobel, com personagens da talha de Stephen Hawking – a cooperação internacional e a recente consciência sobre o deterioração climática representam um retrocesso (mínimo) para a autodestruição humana.

Eles acreditam que a chegada de Obama a Casa Branca significou uma mudança significativa na postura internacional dos Estados Unidos, bem mais predisposta à negociação que a de seu antecessor, George W. Bush. Esta nova administração reiniciou as negociações com Rússia sobre o desarmamento, bem como as negociações com o Irã para o fechamento de seu programa de enriquecimento nuclear. Ainda que os avanços distam de ser transcendentais a esta altura, implicam uma aproximação ao multilateralismo, em detrimento do unilateralismo de Bush na política exterior.

Fonte: Foreign Policy.