Engana-se redondamente que m pensa que as mulheres parrudas são um fenômeno contemporâneo, ainda que exista uma explicação por este equívoco. As primeiras "mulheres fortonas" apareceram no século XIX, mas passaram quase que praticamente desconhecidas até muito tempo mais tarde. Se ainda hoje grande parte delas é criticada por cultivar sua massa muscular, naquela época era ainda muito pior e sua prevalência não fugia às margens dos espetáculos de circo e alguns poucos eventos esportivos. |
A verdade é que na longa corrida para a plena igualdade, a mulher teve que desafiar os convencionalismos sociais em áreas tão diversas como o trabalho, a ciência, a cultura ou o esporte, sobretudo nesse último devido a ampla cobertura informativa que sempre gozaram as competições esportivas ao longo da história.
Louise Leers, também conhecida como Luise Krökel.
Não menos suado foi a incorporação da mulher no mundo do fisiculturismo, já que a fortaleza e robustez destas campeãs soava como uma transgressão aos costumes da mulher frágil e submissa. Tal foi o caso, que as primeiras mulheres fisiculturistas foram injustamente consideradas uma raridade circense, em vez de esportistas de alto nível.
A Grande Sandwina, Katie Brumbach.
Uma das super mulheres mais conhecidas da história foi Katie Brumbach, chamada de "Gande Sandwina". Originária de Viena, os pais de Katie também eram artistas de circo e ela era a combinação de seu pai (que tinha 2 metros de altura) e sua mãe (que era toda malhada,com 1,85 metro).
Vulcana, Kate Roberts).
Ela não apenas herdou a proeza física de seus pais e se apresentou com eles, assim como muitos de seus outros quatorze irmãos.
Abbye "Pudgy" Stockton.
Katie continuou a impressionar o público levantando o marido (que supostamente pesava mais de 80 kg) acima de sua cabeça com apenas um braço até ganhar o epíteto de "a mulher mais forte do mundo".
Joan Rhodes.
Em seus últimos anos, ela se juntou ao infame circo Ringling e Barnum & Bailey como levantadora de peso e onde dobrava barras de ferro com as mãos nuas. Aos 57 anos, ainda conseguia elevar o marido acima da cabeça com apenas um braço.
Ivy Russel.
A maioria das "mulheres fortonas" eram muito maiores do que a maioria das mulheres da época.
Laverie Valee, Charmion.
Elas tinham o corpo musculoso (mas não muito) e geralmente curvilíneo como de qualquer outra.
Luisita Leers.
Isso se devia ao fato de que mais que construir um corpo, a ideia de força era mais valorizada que a obtenção de músculos e do aumento do físico em geral.
Vulcana no início do século XX.
Na verdade físico feminino não foi valorizado como forte ou bem construído, mesmo depois que as primeiras "mulheres fortes" deixaram suas marcas.
Mildred Bliss.
As mulheres no final do século 19 eram, como dissemos anteriormente, vistas como frágeis. A romancista Charlotte Perkins Gilman tentou dissipar esse mito e passou muito tempo levantando pesos, correndo e fazendo ginástica.
Stanil Lawa, na década de 1930
Ela também escreveu livros e outros trabalhos que se concentravam em banir a ideia da imobilidade física das mulheres. Claramente, ela estava à frente de seu tempo.
Uma artista de circo que ficou conhecida como Mulher de Ferro, 1905.
Nos séculos XIX e XX, o exercício para as mulheres era desaprovado tanto por leigos quanto por médicos. A maioria tinha a opinião de que as mulheres tinham muito pouca energia ou força, e isso deveria ser gasto em tarefas domésticas durante o parto e a educação dos filhos.
Grande Sandwina levantando o marido sobre a cabeça.
O único exercício que as mulheres precisavam podia ser encontrado dentro de casa. Um educador de saúde da época afirmou que qualquer outro tipo de aptidão física de caráter masculino fazia com que o corpo feminino se tornasse mais parecido com o de um homem.
Louise Leers.
Por isso a maioria das mulheres da época se afastava de qualquer tipo de esforço e certamente não se importavam com isso. Preferiam não serem identificadas com força ou tamanho corporal, dado que era um estigma, em vez de uma honra quando atribuída às mulheres.
Outra garota de circo de nome desconhecido.
A verdade é que a luta das "mulheres fortonas" ficou esquecida durante muito tempo. Isso, por sua vez, abriu o caminho para garotas "violadoras" de regras, como lutadoras e halterofilistas que praticavam o esporte praticamente no anonimato. Seria necessária uma onda de mudança social antes que a força feminina ressurgisse.
E isso, nós sabemos que aconteceu, mas a coisa mais absurda sobre o assunto (e eu tenho quase a certeza que ninguém sabe) é que a primeira mulher da história a ser reconhecida como fisiculturista hoje tem 63 anos. Seu nome é Laura Carolan e ainda hoje essa canadense puxa mais ferro que muito marmanjo que vai para academia fazer selfie com garrafinha para postar no Instagram.
Fonte: Dangerous Mind.
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Comentários
Adorei a matéria, paradigmas sendo quebrados já naquela época é super corajoso e incrível. Continue com seu trabalhooo.
Eu acho muito linda a paixão que os fisiculturistas nutrem pelos seus corpos e eu adoro ver músculos. Queria ter a dedicação de trincar! Espero que tenha alguma competição na minha cidade pra prestigiar
Eu tenho o direito de gostar ou não, achar bonito ou não. E acho horroroso, feio e de mau gosto mulheres com corpos musculosos.
Era legal, antes !!!
Hoje tem que aguentar esses tribufús na InterNet....
Decadência....