No Oceano Pacífico, a meio caminho entre Papua Nova Guiné e Havaí, existe uma pequena ilha chamada Banaba, pertencente a um grupo disperso de ilhas chamadas Gilberts. Antes do contato europeu, Banaba era uma linda ilha de corais rica em vida animal e vegetal e com uma comunidade próspera que compartilhava estreitos laços com as pessoas de Kiribati. Hoje, infelizmente, só restam lembranças deste período parasidiaco. |
Em 1900, um explorador neozelandês chamado Albert Ellis, que trabalhava para a Pacific Islands Company, descobriu que a superfície de Banaba era coberta de guano petrificado que, ao longo dos anos, metamorfoseou-se em rocha fosfática de alta qualidade.
Na mesma época, o fosfato também foi descoberto em Nauru, um território alemão na época. Como Banaba era um protetorado britânico, a Pacific Islands Company uniu-se a uma empresa de mineração com sede em Hamburgo e formou uma consórcio: a Pacific Phosphate Company (PPC) para se dedicar à mineração de fosfato em Nauru e Banaba.
O acordo dizia que os banabanos receberiam uma quantia insignificante de 50 libras por ano em troca de direitos exclusivos de mineração por 999 anos, embora mais tarde os termos da licenças tenham sido alterados e a PPC também tenha começado a pagar royalties e indenização por danos de mineração. Dentro de alguns anos, a PPC se tornou uma empresa muito lucrativa.
Em 1915, as Ilhas Gilbert tornaram-se uma colônia britânica e, quatro anos depois, o Conselho da Comissão Britânica de Fosfato, um consórcio envolvendo os governos britânico, australiano e neo-zelandês, adquiriu os negócios do PPC em Nauru e Banaba, e a mineração continuou como antes.
Quando a Segunda Guerra Mundial explodiu, o Japão invadiu Banaba e cometeu atrocidades terríveis na população da ilha. A maioria dos ilhéus foi enviada para campos intermitentes, outros foram massacrados.
Após o fim da guerra, a população sobrevivente da ilha de cerca de mil pessoas foi realocada pelos britânicos para a ilha de Rabi, em Fiji, sob o pretexto de que os japoneses destruíram suas casas, o que não era verdade.
A população residente de Banaba era o obstáculo final no caminho para a mineração total da ilha. Com isso resolvido, os britânicos retomaram a mineração de fosfato até que a rocha se esgotou em 1979.
Naquela época, 90% da superfície da ilha foi removida, reduzindo-a a um terreno baldio cheio de buracos e pináculos rochosos. A ilha de Nauru sofreu um destino semelhante, mas isso vamos contar em outro artigo.
Em 1971, os banabanos processaram a Coroa Britânica por não ter replantado sua ilha, o que haviam prometido, e a PPC por não ter pago uma compensação adequada. O tribunal concluiu que o governo britânico devia pagar 6,5 milhões de libras, valor que foi depositado em um fundo fiduciário para os banabanos, cujo interesse hoje é o principal recurso para a administração da vida na ilha de Rabi.
Em 1979, depois que Kiribati conquistou a independência da Coroa Britânica, cerca de 250 voluntários voltaram da ilha de Rabi para Banaba e vivem lá desde então, dependendo principalmente de salários e fundos de Fiji, embora a ilha seja parte de Kiribati.
Sem surpresa, ainda hoje persiste muita tensão política. Os banabanos que vivem na ilha de Rabi pediram a Banaba que se separasse de Kiribati e se juntasse a Fiji, enquanto outros pediram que Banaba declarasse sua própria independência. Também aconteceram negociações sobre uma possível reabertura da mina de fosfato visando explorar o fosfato remanescente em suas grutas -consideradas sagradas-, uma proposta que gerou considerável descontentamento entre os locais.
Fonte: Amusing Planet.
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