Na última semana, quando falávamos sobre a Ilha de Banaba, prometemos também dedicar um artigo a sua vizinha Ilha de Nauru,devido as semelhanças nos fatos que prtaticamente destruíram ambas. Nauru é uma mancha no Oceano Pacífico, com uma área de apenas 21 quilômetros quadrados, é o menor estado do Pacífico Sul e o terceiro menor estado por área no mundo. |
Nauru foi originalmente habitada pelo povo da Micronésia e da Polinésia por pelo menos 3.000 anos, enquanto permanecia isolada do contato ocidental, exceto por algum náufrago ou marinheiro ocasional.
O paraíso permaneceu assim até o final do século 19, quando foi anexado e reivindicado como uma colônia pelo Império Alemão.
Os europeus logo descobriram depósitos de fosfato e a pequena ilha tornou-se uma mina a céu aberto, explorada por potências coloniais estrangeiras.
Depois que conquistou sua independência em 1968, a mineração se intensificou até que a maior parte do fosfato foi retirado e a economia da ilha degringolou de vez.
No processo de mineração de fosfato para fertilizar campos em países distantes, o país insular,antes um paraíso, se tornou uma terra árida e infértil. Hoje, a ilha é cheia de pináculos de calcário irregulares que cobrem 80% de seu território.
O depósito de fosfato de Nauru foi o resultado de milhares de anos de excrementos de pássaros, também chamados de guano.
Este depósito rico fica perto da superfície, permitindo fácil operação de mineração. Os alemães foram os primeiros a explorar esses recursos antes que os direitos à mineração fossem transferidos para os britânicos por um acordo.
Após a Primeira Guerra Mundial, a Liga das Nações fez à Grã-Bretanha, Austrália e Nova Zelândia curadores de Nauru, e formou-se a Comissão Britânica de Fosfato que assumiu os direitos dos fosfatos.
Depois que Nauru se tornou uma nação soberana e independente, o governo recém-formado comprou da Austrália os direitos totais dos negócios de fosfato e sua economia disparou. Os lucros das atividades de mineração elevaram a renda per capita de Nauru ao nível mais alto desfrutado por qualquer estado soberano no mundo.
Ainda que o negócio de mineração gerava riquezas, a terra era sistematicamente destruída. A mineração de fosfato em Nauru envolveu a demolição total do solo superficial e a remoção do fosfato entre as paredes e colunas de corais antigos.
O que restou após a mineração foram colunas altas de corais e depressões irregulares entre elas, que não podem ser usadas para habitação, plantações ou qualquer outra coisa. A mineração também afetou a vida marinha ao redor da ilha, já que o escoamento de lodo e fosfato contaminou as águas.
Então, quando o fosfato acabou, a cooperativa estabelecida para administrar a riqueza da ilha diminuiu de valor. A cooperativa também fez uma série de investimentos ruins, incluindo hotéis no exterior e a companhia aérea Air Nauru, que nunca lucrou, essencialmente minando o futuro econômico do país.
Desesperada por uma fonte de renda, Nauru começou a vender passaportes para estrangeiros por uma taxa e a receber refugiados de guerra que outros países recusavam.
Isso levou à criação do centro de detenção Nauru em 2001 pela Austrália, que continua a fornecer uma fonte significativa de renda e emprego para o país.
A terra e a economia não foram as únicas coisas devastadas. Os nauruenses estão entre as pessoas mais doentes e obesas do mundo, atormentadas por diabetes e pressão alta. Poucas pessoas superam a expectativa dos 60 anos de idade.
Antes da independência, havia uma cultura de pesca e jardinagem entre os nauruenses e eles comiam peixe fresco, frutas e vegetais cultivados na terra. Com a renda fácil do fosfato, as pessoas pararam de plantar e começaram a importar alimentos enlatados e congelados.
Como resultado, Nauru tem as maiores taxas de obesidade e diabetes no mundo. 94% dos seus residentes estão acima do peso, enquanto 72% deles são obesos. Mais de 40% da população tem diabetes tipo 2, assim como outros problemas relacionados à dieta, como doença renal e doença cardíaca.
Nauru ainda exporta pequena quantidade de fosfato, mas a receita obtida por meio dele não é suficiente para sustentar uma população de 10 mil habitantes. A ajuda externa, principalmente da Austrália, Taiwan e Nova Zelândia, é a única coisa que mantém os nauruenses vivos.
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