Na década de 1920, as pessoas pensavam que a água radioativa era boa para a saúde

Na década de 1920, as pessoas pensavam que beber rádio e água com infusão de tório era saudável. Uma das variedades mais famosas dessa água era vendida como panaceia capaz de curar praticamente todos os males sob a marca Radithor. Eventualmente, foi notoriamente implicada na doença e subsequente morte de um industrial chamado Eben Byers, que foi acompanhada pela manchete "O rádio funcionou bem até sua mandíbula cair... em vida".

O Radithor era um "remédio" bem conhecido, possivelmente o exemplo mais conhecido de charlatanismo radioativo. Consistia em água triplamente destilada contendo no mínimo 1 microcurie (37 kBq) de cada um dos isótopos de rádio 226 e 228, bem como 1 microcurie de isotiouranium, um composto radioativo mais barato.

O Radithor foi fabricado entre 1918 e 1928 pelo Laboratório de Rádio Bailey, de East Orange, no estado norte-americano de Nova Jersey. O chefe dos laboratórios era um tal de Dr. William J. A. Bailey, que não era médico. Era anunciado como "Uma cura para os mortos-vivos", de fato, o composto era vendido como sendo um elixir capaz de curar praticamente todos os males.

O caso mais famoso de uma vítima do composto foi a morte do socialite Eben Byers, filho de um industrial, que admitiu consumir, todos os dias, uma garrafa de Radithor. Eben, antes um atleta que fora campeão de golfe em 1906, teve uma morte terrível ao acumular grandes quantidades de rádio nos ossos, perdendo a mandíbula ainda em vida, além de apresentar abscesso no cérebro e buracos no crânio.

A história da morte horrível de Eben mereceu uma manchete no New York Times sob o título "O rádio funcionou bem até sua mandíbula cair... em vida", o que levou ao endurecimento da Food and Drug Administration (FDA) que pôs fim na maioria das curas de charlatões por radiação.