Os estranhos agressores do século 17 que espancavam os traseiros de suas vítimas

As ruas de Londres testemunharam alguns dos acontecimentos mais estranhos ao longo dos anos. De playboys como Theodore Hook, que interrompeu o funcionamento da cidade por causa de uma aposta em 1810, ao Monstro de Londres de 1790 vagando pela com lâminas amarradas aos joelhos, todos os recantos da capital inglesa foram permeados por episódios que poderiam muito bem ilustrar um capítulo de "Acredite se quiser". Mas muito antes desses devassos, os londrinos foram assombrados por uma visão colossal de terror que beirava o sobrenatural: o Tom-Chicote de 1681.

Na linha de predadores sexuais que percorriam a cidade, Tom-Chicote era provavelmente um dos mais assustadores e estranhos. Porque afinal o que pode ser mais assustador do que uma entidade aparentemente sobrenatural pulando de um canto escuro para espancá-lo? Isso mesmo.

Em 1681 tornou-se do conhecimento geral que um homem perambulava pelas ruas escuras e becos londrinos após o anoitecer. Suas presas eram mulheres solitárias, e cada vez que uma passava, ele pulava de seu esconderijo, levantava a saia dela e batia furiosamente em seu traseiro. Podia ser com suas próprias mãos ou uma vara; não havia como saber que arma ele usava. Mas antes que a vítima pudesse reagir, ou se virar para ver seu agressor, ele desaparecia no ar depois de gritar "Pancada!"

Ele atacou um grande número de mulheres e houve um grande clamor público em resposta. Algumas de suas vítimas ficaram gravemente feridas pelos ataques. Ele aparecia, realizava seus ataques e desaparecia com tal velocidade que algumas pessoas lhe atribuíam poderes sobrenaturais.

Ninguém conseguiu identificar o homem, nem mesmo a polícia de Londres, cuja eficácia logo foi posta em dúvida quando a mídia e os jornais lançaram luz sobre o criminoso e o apelidaram de "Tom-Chicote".

Logo depois, o nome e seu grito signatário tornaram-se os únicos caracteres identificadores do espancador de bundas. O terror tomou conta das ruas e as mulheres começaram a carregar canivetes e outras armas para se manterem seguras.

Homens comuns tentaram pegá-lo também, vestindo-se como mulheres e espreitando em áreas em que ele operava. Mas por muito tempo a furtividade do criminoso permaneceu inescrutável. Muitos começaram a se perguntar se o surrador de nádegas era de fato um homem ou um ser sobrenatural que desaparecia antes de ser pego por humanos mortais.

Eventualmente, o dono de um armarinho local e seu cúmplice foram capturados e julgados pelos ataques, embora não exista nenhum registro do julgamento ou de suas identidades. Mas o público permaneceu com dúvidas se aqueles eram mesmo o real Tom-Chicote, porque o episódio deixou uma cicatriz profunda no senso popular.

Em 1681, como comentado parágrafos acima, a existência de Tom-Chicote tornou-se do conhecimento geral por causa de um livreto chamado "Tom Chicote Trazido à Luz e Exposto à Vista", de autoria de Edward Brooks que relatava as travessuras do verdugo e a experiência das mulheres que foram vítimas dele.

Este livreto foi uma das primeiras menções impressas do estranho agressor sexual. Irônica e curiosamente, porém, se referia ao perpetrador como semelhante a outro Tom-Chicote, que era conhecido por ter atormentado as mulheres cerca de nove anos antes, em 1672. Mas a história não acaba ai, 31 anos depois apareceu outro Tom.

Entre 10 de outubro e 1 de dezembro de 1712, uma série de novos ataques ocorreu em campos perto de Hackney, nos arredores de Londres. Este agressor, também apelidado de Tom-Chicote, se aproximava de mulheres solitárias e as açoitava com um grande relho feito com varas de bétula.

Cerca de 70 mulheres foram agredidas antes de um homem local chamado Thomas Wallis ser capturado e confessar os ataques. De acordo com Thomas, ele estava revolvido a se vingar de todas as mulheres que ele pudesse encontrar dessa maneira, por causa de uma mulher perjurada, que havia sido barbaramente falsa com ele.

Ele alegou que seu plano era atacar cem mulheres antes do Natal, cessar os ataques durante os 12 dias do Natal, em seguida, retomar os ataques no Ano Novo. Também não há registros de quanto tempo ele ficou preso, mas a história conta sim que ele ficou com a bunda cheia de vergões depois de levar tundras dos outros presos.