A pele folgada da rã-escroto, considerada a maior e mais feia do mundo

No Lago Titicaca, o maior lago da América do Sul, o localizado na maior altitude do mundo, há menos oxigênio disponível no ar e na água, que causa consequências diretas na popularmente conhecida como rã-do-titicaca (Telmatobius culeus). Conhecida também como rã-escroto, ela é considerada o maior anfíbio aquático do mundo, que por meio da evolução adaptativa ajustou-se à altitude com a ajuda de largas dobras cutâneas que absorvem o oxigênio de que necessita para viver.

Ela vive toda a sua vida nas águas do lago e nas lagoas dos arredores. Sua pele solta e folgada, que ondula ao redor do seu corpo, lhe valeu o apelido de rã-escroto e também de animal mais feio do mundo em uma votação popular feita pela Sociedade de Preservação de Animais Feios da Inglaterra, em 2013.

Ela evoluiu para desenvolver uma capacidade pulmonar restrita. Assim suas muitas dobras de pele ajudam-na a respirar. De acordo com os relatos de pesquisadores, a rã-do-titicaca faz uma espécie de "flexão" no fundo do lago visando criar perturbações na água para aumentar o fluxo de oxigênio.

Nos últimos 15 anos, em meio à poluição, perda de habitat e caça, a espécie viu um declínio populacional surpreendente de cerca de 80%, incluindo uma série de mortes em massa devastadoras que ceifaram a vida de milhares de rãs.

Em resposta, pesquisadores próximos começaram a tentar criar esta rãs em cativeiro. Tanto o zoo de Lima, quanto o de Huachipa, no Peru e o de Denver tiveram sucesso na produção de girinos da espécie.

Este clipe de Wild Andes: Extreme Survival fornece uma visão de perto desta rã em perigo de extinção.

O corpo da rã-escroto tem em média 14,5 centímetros de comprimento, mas no princípio dos anos 70, uma expedição conduzida por Jacques-Yves Cousteau, reportou rãs com até 50 cm de comprimento, com indivíduos pesando mais de um quilograma, fazendo destas rãs as maiores no mundo.