O método parasitário deste platelminto é um pesadelo feito realidade

Existem muitos parasitas por aí. Algumas estimativas sugerem que até metade de todas as espécies da Terra vivem dentro e se alimentam de outras espécies. Praticamente todas as espécies têm seu próprio conjunto de parasitas, e até os parasitas têm parasitas. Em muitos casos, o hospedeiro de um parasita é pouco mais do que um habitat onde ele pode comer e se reproduzir. Mas alguns parasitas deram um passo adiante, evoluindo para manipular seus hospedeiros de maneira a dar ao parasita uma chance melhor de atingir a maturidade e espalhar seus filhotes por toda parte.

Seus métodos podem ser tão assustadoramente nojentos quanto as piores imaginações de roteiristas de filmes de terror. Por exemplo, os pedúnculos oculares de um caramujo terrestre são normalmente um assunto bastante monótono, mas tudo isso muda se ele lamber excrementos de pássaros infectados com larvas do platelminto Leucochloridium paradoxum.

Os vermes bebês se movem para a glândula digestiva do caracol, formando uma colônia assexuada que pode eventualmente constituir um quarto da massa do caramujo. O parasita se apropria do controle das funções motoras, "invade" a cabeça e pulsa dentro do animal com o intuito de se assemelhar a uma lagarta.

À medida que a colônia amadurece, ela começa a empacotar os membros em sacos de ninhada verdes brilhantes que se contorcem nos caules oculares do caracol, inchando-os se assemelhando a lagartas se contorcendo. O objetivo do verme é virar comida de pássaros, pois apenas assim consegue dar continuidade ao seu ciclo de vida e se reproduzir.

Se isso não for suficiente para atrair a atenção de um pássaro faminto, esses sacos de ninhada pulsantes e contorcidos também podem romper a parede do corpo do caracol e rastejar para imitar uma larva suculenta por conta própria.

Quando finalmente são consumidos e passam pelo sistema digestivo de seu hospedeiro, os ovos dos vermes são expelidos nas fezes da ave. Então, os filhotes esperam pacientemente até serem consumidos por outros caracóis, dando, assim, continuidade à espécie.