Esses animais incomuns têm uma enorme corcova no nariz e vivem em nosso planeta há tanto tempo que foram contemporâneos dos mamutes. Mas o fato triste é que há muito pouco deles na natureza, pela perda de habitat e principalmente porque as pessoas os caçam por causa de seus chifres usados na supersticiosa medicina chinesa. O povo calmuque tem uma lenda sobre um ancião branco, o "Mestre da Terra", que protege tudo o que vive. Ele é frequentemente retratado com seu fiel companheiro, um pequeno saiga (Saiga tatarica), que é seu animal favorito e que o segue por todo lugar. |
O bovídeo tem uma aparência bastante incomum. A característica mais notável e estranha no saiga é o seu nariz flexível parecido com o do elefante que serve para aquecer o ar no inverno e que ele consegue fremir para impedir a inalação de poeira e areia. Os machos da espécie também têm um par de chifres.
Não existem muitas espécies animais em nosso planeta que existiram ao mesmo tempo que os mamutes. A maioria dessas espécies são animais bastante grandes, como bois almiscarados, bisões e renas. Mas entre eles também está o saiga, um antílope rápido e esquivo que pesa de 36 a 63 kg e se alimenta das copas das plantas suculentas. Também é chamado de antílope-das-estepes porque vive apenas nas estepes.
As tentativas de domesticar o saiga falharam miseravelmente, ao contrário do cervo ou do bisão, eles precisam estar ao ar livre e constantemente em movimento.
Há apenas 200 anos, o saiga podia ser visto nas regiões de estepe das montanhas dos Cárpatos, no oeste da Ucrânia ate a China, mas quando as pessoas começaram a povoar ativamente essas áreas, o saiga teve que sair e dar espaço para os humanos.
Hoje, os antílopes são encontrados predominantemente na Calmúquia e na região de Astracã, e em menor número no território de algumas ex-repúblicas soviéticas, onde existem estepes.
A população de saigas diminuiu em grande parte por causa da população que os caçavam por causa de seus chifres. Na medicina tradicional chinesa acredita-se que os chifres de saiga podem ajudar a tratar uma variedade de doenças, desde dores de cabeça até convulsões. Portanto, não é surpreendente que eles alcancem preços altos na China.
Os esforços para combater a caça furtiva de saigas remontam aos tempos soviéticos e continuam até hoje. Na década de 1920, o saiga quase foi extinto, mas na década de 1950 os cientistas restauraram a população. Em seguida, a caça ao antílope da estepe começou novamente, e os países onde essa espécie estava presente os colocaram sob proteção do Estado.
Para preservar esta espécie, A República da Calmúquia criou a Reserva Natural da Terra Negra em 1990. Atualmente, é o principal habitat de saiga do país. Hoje estão combatendo ferrenhamente os caçadores furtivos junto com as agências de aplicação da lei, pois o saiga está listado na União Internacional para a Conservação da Natureza como espécie em perigo crítico de extinção. Assim a caça furtiva hoje pode render uma pena de prisão real de dois a oito anos e uma multa de cerca de 135 mil reais.
Nos últimos anos, o número de saigas na reserva cresceu significativamente para cerca de 14.000 animais. Os funcionários dizem que agora há tantos saigas na reserva que começaram a se espalhar de forma independente para o norte da região.
No entanto, um novo problema surgiu. Muitos agricultores locais usam cercas elétricas para evitar que suas ovelhas deixem seus pastos. Os saigas são incrivelmente rápidos, podem correr a velocidades de até 80 quilômetros por hora, e se houver uma cerca elétrica no caminho, nem sempre conseguem perceber a tempo, levando a tristes consequências.
As características naturais dos saigas os tornam adequados para viver nas vastas extensões das estepes. Quando correm em rebanho, eles levantam muita poeira, mas seus narizes bulbosos permitem que respirem livremente mesmo quando o ar está cheio de poeira. O segredo é que seus narizes são forrados de pelos por dentro, que filtram o ar.
Além disso, os saigas usam suas trombas para produzir sons altos quase como elefantes. Isso é especialmente perceptível durante o cio, quando um macho pode esticar o nariz para diminuir o som que produz. A regra geral na natureza é quanto mais grave o som, maior o animal, e um saiga quer mostrar ao seu rival que é maior e mais assustador.
Saigas são realmente muito esquivos e tímidos na maioria das vezes, mas por outro lado o que você não faria pelo bem de uma nova namorada? Além disso, eles devem passar por todos esses problemas mais de uma vez, já que os machos têm haréns.
A época de acasalamento ocorre entre novembro-dezembro. Embora existam mais fêmeas, os machos ainda lutam entre si por elas. Se a competição do som não for suficiente para resolver quaisquer conflitos, os machos podem travar chifradas em uma briga e o vencedor fica com o harém inteiro. No passado, um macho tinha cerca de 15-20 fêmeas, mas devido à caça furtiva o número de machos diminuiu e agora a proporção é de cerca de 30 a 40 fêmeas para cada um.
Durante a época de acasalamento, alguns machos ficam tão ocupados que nem têm tempo para comer, fazendo com que fiquem frágeis. Isso é perigoso porque podem perder o harém para um macho mais "fortinho" e também porque podem se tornar presas mais fáceis para lobos-da-estepe, seu único inimigo na natureza.
Os especialistas dizem que é quase como se ele se sacrificasse para que os lobos não toquem nas fêmeas prenhas, para que as novas gerações sobrevivam, mas isso parece mais antropomorfismo barato.
Saigas são animais ariscos. Eles têm medo das pessoas e mantêm distância. É por isso que na Reserva Natural da Terra Negra, eles podem ser observados apenas de um abrigo especial onde os seres humanos não podem ser notados.
No inverno, os saigas se camuflam. Seus "casacos" mudam de cor de marrom para branco, tornando-os muito mais difíceis de ver na neve. Eles também são vistos com muito menos frequência em rebanhos.
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