Uma toupeira-nariz-de-estrela (Condylura cristata) é certamente um dos animais de aparência mais estranha do mundo. Se você ficasse cara a cara com um, poderia pensar que sua cabeça foi substituída por um pequeno polvo. E para um animal quase cego, a espécie americana é surpreendentemente rápida: o comedor mais rápido do mundo, pode encontrar e devorar um inseto ou verme em um quarto de segundo. À medida que o pequeno carnívoro felpudo passa por solos encharcados, ele balança a cabeça em constante movimento. No mundo subterrâneo escuro da toupeira, a visão é inútil e ela sente um mundo pulsando com a presa. |
A estrutura semelhante a uma estrela extremamente sensível é coberta com minúsculos receptores de toque conhecidos como órgãos de Eimer. O nariz tem cerca de 1 centímetro de diâmetro com cerca de 25.000 órgãos de Eimer distribuídos em 22 apêndices.
Os órgãos de Eimer foram descritos pela primeira vez na toupeira européia em 1871 pelo zoólogo alemão Theodor Eimer. Outras espécies de toupeiras também possuem órgãos de Eimer, embora não sejam tão especializados ou numerosos quanto na toupeira-nariz-de-estrela.
Como a toupeira-nariz-de-estrela é funcionalmente cega, há muito se suspeitava que o focinho fosse usado para detectar atividade elétrica em presas, embora pouco ou nenhum suporte empírico tenha sido encontrado para essa hipótese.
A estrela nasal e a dentição desta espécie parecem estar principalmente adaptados para explorar presas extremamente pequenas. Um estudo publicado na revista Nature dá a este animal o título de mamífero que come mais rápido, levando apenas 120 milissegundos (média: 227 ms) para identificar e consumir itens alimentares individuais. Seu cérebro decide em aproximadamente 8 ms se a presa é comestível ou não. Essa velocidade está no limite da velocidade dos neurônios.
A toupeira caça batendo sua estrela contra o solo o mais rápido possível; ela pode tocar 10 ou 12 lugares diferentes em um único segundo. Parece aleatório, mas não é. A cada toque, 100.000 fibras nervosas enviam informações ao cérebro da toupeira. Isso é cinco vezes mais sensores de toque do que na mão humana, todos embalados em um nariz menor que a ponta de um dedo.
Ela é também um dos dois animais no mundo conhecidos por cheirar debaixo d'água, soprando bolhas de ar e sugando-as de volta para o nariz.
Estes são apenas uma amostra de fatos incríveis sobre a toupeira-nariz-de-estrela. A evolução resolveu muitos problemas de muitas maneiras diferentes. Podemos aprender muito com essa diversidade. Por exemplo, estudar o toque no nariz sensível da toupeira revelou pistas de como o toque funciona no nível molecular.
O padrão de estrela gigante que espelha o nariz estranho da toupeira está impresso diretamente na anatomia do cérebro. Cada vez que a toupeira pressiona sua estrela no solo, ela cria essencialmente uma visão em forma de estrela de seus arredores, e essas imagens se juntam em seu cérebro como peças de um quebra-cabeça.
A toupeira-nariz-de-estrela é a única espécie -há 39- que vive em pântanos. Seu focinho requintado pode ter evoluído para ajudá-la a caçar rapidamente muitas pequenas presas de corpo mole em seu ambiente alagado.
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