Pensa nuns homens fortes! Na costa atlântica da África, na cidade de Dacar, Senegal, acontece a disputa de um tipo de arte marcial, a Laamb, que conjuga a força e a habilidade física dos lutadores com um senso ritual. Observar o ensaio fotográfico publicado no jornal britânico Guardian faz-nos perguntar o que sentiríamos se no Brasil um lutador se banhasse com leite, comesse galinha preta, tomasse a poção feita por um marabu -homem santo local- e fizesse uma oferenda a uma deidade do panteão vodu, antes de entrar na arena. |
A verdade é que em alguns países da África a luta livre é mais uma das fronteiras entre o mundo dos mortais e o do divino, mas o mortal que consiga inclinar a balança a seu favor pode ganhar entre 10 e 300 mil dólares... por combate.
Via: Christian Bobst
Por este motivo, a Laamb é mais popular que o futebol no Senegal, a multidão destes eventos é comparável a torcida de um jogo Flamengo versus Corinthians, e os apostadores estão à ordem do dia.
Via: Christian Bobst
Estes lutadores resgatam algo sobre as artes marciais e o combate de arena que os gregos tinham muito claro: os cantos que os poetas compunham em honra dos vencedores nas Olimpíadas comparavam os lutadores com Hércules em força e com leões em ferocidade.
Via: Christian Bobst
Existe algo muito primordial no fato de que o combate no Senegal siga tendo um vinculo tão imediato com a religião, pois nos permite tomar uma perspectiva com respeito ao combate como espetáculo onde os lutadores se relacionam de outra forma com as mitologias locais e com o consumo.
Via: Christian Bobst
Mas seria antepaixão vermos estes lutadores da Laamb apenas como uma curiosidade exótica a mais -o "ocidente" não é muito menos violento "esportivizando" a guerra-: este é o esporte nacional (e não só do Senegal, também do Congo) e um bom lutador ganha algo mais do que um piscadela das divindades quando vence.
Via: Christian Bobst
A carreira do lutador não é longa, mas o vencedor será respeitado para sempre, e inclusive pode aspirar a abrir uma academia e ensinar outros lutadores. E isso pode fazer a diferença para muitos jovens em um país com oportunidades limitadas pela geografia e a tensão política.
Via: Christian Bobst
Você deve ter notado que os lutadores usam amuletos amarrados aos braços, pernas e cinturas. Segundo a crenças deles, todo esse aparato serve para proteger contra os maus espíritos e as feitiçarias realizadas pelo feiticeiro do adversário.
De fato, Laamb é um esporte com séculos de existência nesse país africano, um anbcestral do MMA, por assimdizer. Também fica muito notório, sua semelhança a luta grego-romana em termos de estilo, e por isso, às vezes, é referido como Wrestling africano.
Fonte: Christian Bobst via The Guardian.
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