Ainda que a maioria esmagadora da população não tenha um salário de 2.400 reais por mês, parece difícil que um milionário tenha aprendido a viver com apenas esta quantia todo mês. É o caso de Karl Rabeder, um empresário de Telfs, Áustria, que no ano passado decidiu doar sua grande fortuna, porque, segundo ele mesmo diz, percebeu que o dinheiro nunca lhe trouxe felicidade, e agora vive com apenas 1.350 dólares por mês. |
Foi um das notícias mais replicadas de 2010. Karl Rabeder anunciou que estava no processo de venda de suas propriedades de luxo e empresas, porque tinha enfim percebido que o dinheiro é contraproducente e, na verdade impedia-o de ser feliz. Seu objetivo era voltar a "não ter nada, absolutamente nada". Rabeder, que veio de uma família pobre, onde as regras eram trabalhar cada vez mais e conseguir coisas materiais, confessou que durante muito tempo acreditou que riqueza automaticamente traria mais felicidade. Mas ultimamente passou a ouvir uma voz dizendo para parar o que estivesse fazendo e começar a sua vida real. Assim começou a sentir-se como um escravo trabalhando para coisas que realmente não queria nem precisava.
A nova casa de Karl Rabered.
Por um tempo não teve a coragem de desistir de toda a riqueza que ele e sua família haviam se acostumado, mas finalmente tomou a grande decisão durante férias no Havaí. Karl e sua esposa gastaram todo o dinheiro que podiam, esbanjaram a não poder mais, mas perceberam que não encontraram uma única pessoa real durante toda sua estadia. Eles sentiram que estavam em meio de atores:
- "A equipe desempenhou o papel de ser amigável e os convidados desempenhavam o papel de ser importante e ninguém era real, um bando de puxa-sacos", lembra o ex-empresário. Ele também experimentou sentimentos de culpa em viagens luxuosas por países Africanos e da América Latina e diz que começou a se sentir como se houvesse uma conexão entre a sua riqueza e a pobreza que via. De repente percebeu que se não desistisse de seu estilo de vida consumista, então, não faria isso para o resto de sua vida.
Interior da Ex-Casa Karl Rabeder
Rabeder leiloou sua linda e confortável casa Alpina, vendendo 21.999 bilhetes de loteria por 40 reais cada, para pessoas que esperavam um dia viver em um casa de luxo. Vendeu sua casa de férias em Provence, sua coleção de planadores, um Audi A8, e uma bem sucedida firma de decoração de interiores que o ajudou a fazer fortuna. Então criou uma ONG chamada MyMicroCredit, que ajuda as pessoas em países do terceiro mundo, e transferiu todo o dinheiro das suas contas.
Mas tudo isso aconteceu no ano passado, e me perguntava como o ex-milionário estava vivendo ao longo destes dias, depois de renunciar a todas suas posses materiais. Felizmente, descobri uma entrevista que Karl deu para o jornal alemão, o Spiegel-Online, na qual ele explica como sua vida melhorou desde que adotou um estilo de vida mais frugal. Questionado sobre se sua nova vida é tão boa quanto ele imaginava, Karl disse que é "muito melhor" do que imaginava. Olhando para uma foto sua, tirada no ano passado, de pé em frente à sua antiga casa, diz que parecia dez anos mais velho, mais triste e mais cansado do que ele está agora.
O velho Karl Rabeder.
Rabeder admite que o dinheiro é uma grande coisa no começo, porque oferece a verdadeira liberdade. Ele permitiu prosseguir na sua paixão pelo vôo livre e pagar por seus estudos, que seus pais não podiam fazer. No entanto, agora percebe que cometeu o erro de pensar que, tendo dez vezes a quantidade de dinheiro que queria, o faria dez vezes mais feliz, isso simplesmente não é verdade.
- "Quando a gente se concentra apenas no sucesso financeiro, falta alguma coisa que nos faz mais humanos", acredita o ex-milionário. - "Quando era rico, me sentia um cofrinho, só estavam interessados em interagir comigo por causa de quanto dinheiro eu tinha, não por causa de quem eu era". Perguntado se havia algo que ele perdeu de sua vida anterior, Rabeder respondeu "tempo". Ele passou 20 anos vivendo uma vida que realmente não se encaixa com ele.
Karl Rabeder morava em uma casa de 321 metros quadrados na Telfs tirolesa, hoje vive em uma cabana de madeira de 19 metros quadrados com apenas 2.400 reais por mês. Ele é treinador de estilo de vida (?) e faz seminários sobre temas como "A felicidade pode ser aprendida" ou "O dinheiro suficiente para ser feliz" para as pessoas dispostas a ouvir seus argumentos, e até publicou um livro chamado "Aquele que não tem nada pode dar tudo" . Ele não ganha tanto dinheiro como antes, mas alguns dizem que ainda há algo do empresário que ele costumava ser. A diferença é que hoje em dia Rabeder se sente bem com ganhando dinheiro uma carreira que é divertida e boa para ele, e em vez de sentar-se em um terraço luxuoso todos os dias para aquecer os pés no sol, doa todos os fundos em excesso para a uma organização beneficente.
O novo Karl Rabeder.
Embora ele tenha feito o que outros empresários percebem como impensável, Karl Rabeder diz que não julga quem decide por manter as suas riquezas.
- "Eu não tenho o direito de dar algum conselho a outra pessoa. Eu apenas ouvi a voz do meu coração e alma", conclui ele.
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Comentários
concordo com este senhor, desde que eu tenha um plano de saúde vitalício,uma HYLLUX 0 KM, UM PEQUENO IATE, UMA PEQUENA MANÇÃO E UMA APOSENTADORIA DE R$200.000,00 POR MÊS
Hoje posso dizer que eu e o milionário aí temos algo em comum... vivemos com uma merreca, mas não achamos tão ruim assim...
Fanático! Dinheiro não é para trazer felicidade, é para facilitar a vida em um mundo capitalista.....
Bem, bem... a esposa concordou com o que ele fez...
O duro é quando a família vai contra, aí como é que faz?
E filhos? Ele não tem filhos?
E quanto aos pastores como (p)Edir Ma(is)cedo, xiador?
"Quando a gente se concentra apenas no sucesso financeiro, falta alguma coisa que nos faz mais humanos"
Que frase!!! falta DEUS, as pessoas que buscam dinheiro não tem DEUS, pois quem tem dinheiro acha que pode comprar a felicidade, e tudo, vejam o que aconteceu com steve jobs, para essas pessoas o dinheiro traz cegueira, pois estao tao ocupados em aproveitalo que perdem a sensibilidade humana, e as vezes nao vê uma pessoa necessitada. parabens para o Sr. Rebeder apesar dele nao ter falado sobre Deus.
Gothana, não olhe pra mim. Sou um Político Honesto, não um fanático. :roll:
eu deixei um emprego onde ganhava quase o dobro por causa da minha mulher. nã oé arrependimento, mas não gosto do que faço agora. porém, trabalhar é preciso.
Entendo bem ele, deixei um emprego onde ganhava três vezes o que ganho hoje. Mas não me arrependo nem um pouco.
Bem bacana para refletir.
Num mundo utópico onde o ser humano tivesse essa forma de viver não teriamos pessoas passando fome.
Para acabar com a fome no mundo precisariamos de menos dinheiro do que o isado para salvar os países desenvolvidos de suas crises.
O ser humando nunca para, ele quer sempre mais, não importando se junto com o mais tiver um tanto de infelicidade.
Muito corajoso esse moço!
Prefiro o Gentileza!
Acho que o problema eh que ele viu o dinheiro como objetivo final. Mas nunca eh, dinheiro so eh um meio de atingir algo. Se voce nao tem esse algo, entao nao adianta ter dinheiro. Tanta coisa para gastar o dinheiro que eh interessante de se fazer, so para testar o potencial, o limite das coisas.
:roll: quero ver um politico fazer isso! hahaha :wink:
posso muito bem ficar triste em um jatinho rumo a europa!
Nessa ultima imagem, onde vemos o novo Karl Rabeder, o feliz, que parece até que participou daquele quadro '10 Anos mais jovem' de tão gato que ficou, tá parecendo aqueles modelos dos catálogos da Hermes. Tbm vale aqueles cartazes com anúncios gigantescos de empréstimo pessoal que as financeiras e bancos colocam nas paredes. A pessoa sorrindo, feliz e saudável, porque fez um empréstimo, vai passar 3 anos pagando, mas até que enfim, vai poder realizar o sonho de ter uma geladeira com dispenser. Ele deveria ter feito igual aquele solitário senhor que não curte ser rico, então ele se veste de mendigo e vai pra rua pedir, mas ele não se desfaz da sua fortuna totalmente, porque não é besta, uma coisa meu bem, é vc bancar o mendigo com um andador super chique, outra, é vc dormir no relento, na chuva, no frio, correndo risco de vida, comer restos. Melhor coisa, depois de uma dia cansativo pedindo esmolas, é vc poder voltar pra sua realidade segura, sua geladeira farta, sua casa com aquecedor, seu colchão de molas, tomar aquele banho relaxante, porque ninguém é de ferro. Já que doou pra caridade, é uma boa alma, já garantiu seu bom lugar, a voz não vai mais encher o saco. Eu não posso criticá-lo. Quando eu me tornar milionária (Quem sabe quando o Luisão patrocinar minha formula do creme de proteína de cobra) e sentir na pele o quanto deve ser chato e triste ter dinheiro.
Impressionante, o unico até hj e provavelmente até muito tempo á frente !
Não creio que doar a fortuna contribua para tornar alguém mais feliz. Acho que é mais uma questão de mudar o ponto de vista.
"Se dinheiro não traz felicidade, me dê o seu e seja feliz". Esse aí levou a frase a sério.
Morri de rir, kkkkkkk
Enfim, acho que cada um tem sua definição de felicidade...
um retardado feliz até que sinta falta do dinheiro
Acho que se ele quis ajudar pessoas que tem muito menos que ele não ah mal nenhum, é um gesto muito bonito e como ele mesmo disse que esta muito mais feliz agora é isso o que importa, a felicidade está nas coisas simples, ao lado de pessoas verdadeiras.......... :D
Eu acho que ele guardou um pouco pra eventualidades embaixo do colchão como se fazia antigamente. Ele pode ser até meio louco, mas duvido que seja burro.
Só quero o que mereço, mas investiria o excedente na minha própria família, nunca se sabe quando vai precisar, né?
Acho que foi aqui mesmo que vi o caso de um homem norte-americano que ganhou um fortuna na loteria. Achou que seus problemas estavam resolvidos. Ledo engano. Sua vida virou de pernas pro ar por conta do vil metal. Sua declaração, que vi tempos depois foi "maldito dinheiro, levou tudo o que mais amava"
É bom ter $$$ sim, mas saber usar é melhor.
Por que será que toda vez que tem um oba-oba desses eu nunca estou por perto? :ma:
Doa pra mim.
"Se dinheiro não traz felicidade, me dê o seu e seja feliz". Esse aí levou a frase a sério.