O blog bielorusso Realt publicou ontem uma interessante galeria de fotos que mostra uma família de eremitas que pouco ou nada sabem da crise econômica no mundo e em seu país; só veem pessoas raramente uma vez por mês no inverno e que moram em uma pequena barraca coberta por folhas secas, não sabem o que é eletricidade, água encanada ou gás. Mas a sua maneira medieval de vida, ao que parece, não deixam de ser felizes. |
A história toda começou quando Tamara e Yury Boiko, os agricultores eremitas, há duas décadas, decidiram criar uma empresa familiar que foi à falência. Perdeu um apartamento, uma boa casa, enfim, tudo. Seu único refúgio era a sua terrinha no distante no meio do mato no distrito de Rossony. Ali chegaram com apenas um quilo de farinha, um monte de pregos, um martelo enferrujado, machado e devagar construíram seu novo mundo, do qual não abrem mão de forma alguma.
Olhando as fotos a gente percebe como o ser humano se adequa a qualquer situação e como nossos antepassados passavam distante da higiene, a casa que moram parece em verdade um chiqueiro, que eles chamam de lar e que os mantém aquecidos na época de frio.
A garota que aparece nas fotos é neta dos eremitas que está passando férias na casa dos avós. Sua mãe foi morar ali quando tinha 16 anos e evidentemente não aguentou a vida e mudou-se para a aldeia mais próxima onde arrumou um emprego, se casou e não gosta muito de visitar os pais.
Yuri mantém um canteiro de morangos só para a neta e se lamenta que a floresta já não é mais a mesmo, diz que a causa é o aquecimento global, já não consegue colher bons cogumelos como antigamente. Ele não sabe o número de animais que tem hoje: ...patos, gansos, perus, galinhas, duas vacas... talvez 20", diz. Ele conta que não tem tempo para realizar a contabilidade, pois trabalhar de manhã à noite.
Perguntado se alguém lhe oferecesse um apartamento de três quartos no centro da cidade, ele responde?
- "Claro que não. Eu moro aqui pacificamente, sou meu próprio patrão, ninguém me enche o saco. Por que eu preciso de um apartamento?", ri Yuri.
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Comentários
É uma questão de costume. Aposto que eles ainda falam que são felizes vivendo assim.
um tapa na cara do capitalismo
O equilibrio que move a espiritualidade dessas pessoas. "Se seu rosto está sujo, e voce está se olhando num espelho, voce limpa seu rosto e nao o espelho."
Até aqui.
viva a sociedade alternativa.
Que gente porca,
Pobreza não é desculpa para imundicie..
Olha aos arredores da casa, cheio de barro.
Casal nojento, não diferem muito de animais.
Falou pouco, mas falou bonito, Edgar!
Mas essa revolta do Alien é por que ele tá com galhada...o negão comeu a mina dele...só pode! :D
Total Alien,
O meio que preferimos viver é o que nos define. O que é decente pra você, pode não ser pra muitos. Indecência é passar no centro de São Paulo e contornar a cracolândia. Indecente é chamar de REALIDADE, morrer caso não compre uma nova LCD, um Ipod de última linha, ou o Windows 8. Não é uma questão de grana. Se grana fosse bom senso, rico não usava droga. Conheço gente que tem dinheiro, sim, e não abre mão da hortinha no fundo do quintal. E acha isso o maior dos luxos.
Ahhh véi...se eu pudesse...sumia mesmo!
Esta cidade nojenta me dá vontade de soltar o ugo! :cry:
PARA O BRIAM: ENTÃO SUMA DE SÃO PAULO !
ESSE CASAL PATÉTICO COM EXCEÇÃO DA FILHA QUE DEVE QUERER TER UMA VIDA DECENTE, ESTÃO FORA DA REALIDADE.
NÃO QUEREM ABRIR MÃO DESSA PATÉTICA VIDINHA POIS REALMENTE NÃO TEM GRANA PARA SAIREM DELA !
Vander, por "Necessidades" vc quer dizer n°1 e n°2...ou daquelas que os matuto faz com as galinhas e porcas?
Nada demais, a casa de minha avó em Linha Orlando, interior do rio grande do sul, só foi receber energia elétrica em 2004.Necessidades ainda são feitas no mato em 2012,não há sequer uma patente,e agua é de balde em um poço.Pouco Trabalho é bobagem.
É, o ser humano é adaptável. Mas prefiro ficar do jeito que está ;)
Eu nasci no litoral do RJ, uma cidadezinha chamada Rio das Ostras, a paisagem não era a mesma, mas a calma e o desapego da minha família, na época, e ir dormir com o som das ondas lá no mar foi uma coisa inesquecível!
Agora, cá estou em SP, cheia de poluição, barulho, crime e coisa ruim por todos os lados!
Incrível! Temos apenas uma vida, e passando 80% dela teclando na frente de um computador, ou dentro do transporte, se estressando, morrendo aos poucos...enfim, um maldito desperdício!
Já tive uma vida tranquila e acredite, não tem nada igual!
Eu não entendo essas pessoas dizendo que pobre é que vive bem mas não abriria mão do água quente.
Eles são mais felizes que imaginamos. Na relaidade, o homem foi feito para viver dessa forma. Assim, podemos alcançar a maior felicidade, realização, longevidade e sanidade mental que é possível para nós. Não há dinheiro que consiga isso. Claro, exige um enorme desapego e uma coragem muito grande para conhecer o mundo e decidir se esconder. Mas veja, quando eles acordam e olham pela janela, o que vêem? Algo como a imagem 22! Simplesmente fantástico. É pra um lugar desse que eu quero tirar férias! Sem internet, nem PC... NADA, mas TUDO ao mesmo tempo... rsrsrs
Imagens 12, 13 e 15: produtos industrializados, o que significa que não perderam totalmente o contato com o restante da sociedade (ou sejam doações de terceiros/da família).
Tirando a questão da higiene - porque a falta dela não é prerrogativa deste tipo de vida! - não difere muito de muitas famílias brasileiras. É um modo de vida duro (não precário). Há a vantagem da auto-suficiência, do pouco estresse, do contato com a natureza, da qualidade dos alimentos (esses caras não são miseráveis!), da lucidez e da saúde mental decorrentes deste tipo de vida. Venho de família mineira e camponesa. Nasci aqui em Sampa, mas tive grandes momentos nas minhas férias na roça. A vida lá é realmente dura, mas tem suas compensações. Voltando à higiene, lembro-me de minha tia colocando toda a lenha lado a lado pra não ajuntar insetos, lembro da vassoura perfumada de macela e alecrim, do chão batido sempre varridinho e das paredes brancas caiadas com argila... além, é claro da melhor culinária do mundo. Vai um franguinho com quiabo aí? Ou, se preferir um tutu com uma boa bisteca e taioba... Taí... se os benefícios do meio urbano, como a saúde e a educação, fossem acessíveis, toparia viver assim sem pestanejar.
Me lembra alguns desenhos animados (Projeto Zeta).
Isso é meio tenso... eu, como uma pessoa que nasceu no meio de tudo isso, não consigo me imaginar vivendo sem.
Sei lá, tem alguém aqui com mais de 200 anos? Tyr? :roll: