A série de Joana Choumali "Hââbré, The Last Generation" traça os resquícios de uma tradição que está morrendo. A palavra do idioma Kô significa "escrita", mas também significa a prática de escarificação que era comum na África Ocidental. Seguidores da prática fazem incisões superficiais na pele, usando pedras, vidro ou facas, como forma de decorar o corpo permanentemente que manifesta uma infinidade de expressões culturais africanas antigas. |
A escarificação quase sempre acontece em culturas onde há tanta melanina na pele que seria difícil ver uma tatuagem. Desde Papua Nova Guiné até a Etiópia, os cortes e cicatrizes podem simbolizar identidade de uma série de maneiras diferente, seja como status dentro de uma comunidade, ritual de passagem para a vida adulta ou conexão a um determinado grupo espiritual.
As escarificações também tinham propósito de reconhecimento durante as guerras tribais. Todo mundo sem roupa, era uma forma de evitar que matassem uns aos outros da própria tribo. Os traços eram tão distintivos que eram considerados uma espécie de Identidade marcada no rosto.
Mas à medida que o tempo foi passando, a prática começou gradualmente a desaparecer. Na verdade, as pessoas que tinham cicatrizes em homenagem a seu clã, família, tribo ou aldeia passaram a ser execrados e criticados nas áreas urbanas em expansão. Junte-se a isso a pressão das autoridades religiosas e estaduais para a "modernização", concomitantemente com a introdução das roupas, resultou na diminuição quase imediata da prática de escarificações forçadas ou voluntárias.
O caso é que, agora, se houvesse uma maneira de tirá-las, muitas pessoas iriam remover as suas cicatrizes. No entanto, muitos se perguntam por que uma forma de identificação cultural aceita e valorizada tornou-se inaceitável e desvalorizada. Como é que algo se tornou a causa de vergonha depois de ser um símbolo de honradez?
Os belos retratos de estúdio de Joanna não respondem a essas perguntas, necessariamente. Em vez disso, eles simplesmente documentam a última geração de pessoas que entendem o significado cultural melhor do que a fotógrafa.
Se desejar ver mais fotos da série e as narrativas pessoais que as acompanham, visite o site de Joana Choumali.
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Comentários
Interessante, isso...
Muito diferente e, claro, dá um choque ver essa cultura...
Tenso...
:-/
Contando com esse são 11 coméntarios que comentei agora, dia 20 sabado, bem acho que nesse ano foram 245 coméntarios ou menos, ano passado foi 270.
Nunca tinha ouvido falar.