- "O Islã não promove a violência ou a paz. O Islã é só uma religião e como qualquer outra religião depende do que cada pessoa pensa. Se for uma pessoa violenta, seu islamismo, seu judaísmo, seu cristianismo, seu hinduismo vai ser violento. Há monges budistas ambulantes em Myanmar que assassinam crianças e mulheres. Então o budismo promove a violência? Claro que não. As pessoas são violentas ou pacíficas e isso depende de suas políticas, o mundo social no qual vivem e a forma em que vêem suas comunidades."
Talvez teria que comentar que estas religiões em seus princípios sim promovem a paz, mas como diz Aslan, é a forma em que as pessoas se relacionam com as religiões, as interpretam e usam para formar núcleos de coesão social que os separam de outros núcleos gerando a violência.
As críticas sobre os muçulmanos também foram abordadas:
- "Este é o problema. As conversas que estamos tendo não são legítimas em nenhum sentido. Não estamos falando das mulheres no mundo muçulmano. Estamos usando dois ou três exemplos para justificar essa generalização. Isso é de fato a definição do fundamentalismo… O problema é que está falando de uma religião de 1m5 bilhões de pessoas e certamente se torna fácil simplesmente metê-los no mesmo saco. Dizemos: “As mulheres na Arábia Saudita não podem dirigir”, e dizer isso é representativo de todo o Islã. Mas não, isso só representa as condições da Arábia Saudita".
O mesmo ocorre com a mutilação genital feminina, que claramente não é um problema muçulmano senão que centro-africano, e que ocorre em países cristãos também. Do mesmo modo existem nações muçulmanas em que existe liberdade para as mulheres -como a Indonésia e Turquia- comparável com as sociedades ocidentais, incluindo países que têm a mulheres como suas primeiras mandatárias.
Aslan também diz que os Estados Unidos julga de maneira diferente a diferentes nações muçulmanas, por exemplo, Arábia Saudita, que é sua aliada, mas que é de fato o país mais extremista de todos os islâmicos. Assim a cada situação, a cada nação e a cada ato devem ser entendidos e julgados de maneira particular, não generalizando as coisas como um problema religioso ou islâmico.
Mas o problema é que o fundamentalismo islâmico vive na idade das trevas e quer por que quer ser o chicote do mundo. Pese que seja um pequeno grupo dentro do islamismo, eles fazem muito barulho e também causam muitos estragos, como é possível atestar que um grupo de terroristas e assassinos cortadores de cabeça do daesh tenham conseguido o status de Estado. E mesmo entre os moderados, não encontramos muita correspondência nas afirmações de Reza Aslan, como podemos ver no seguinte vídeo:
De qualquer formam as declarações de Aslan podem ser consideradas importantes palavras em um mundo que precisa de mais tolerância para provocar menos violência. Refletir primeiro sobre as atitudes internas que geram violência, antes de culpar os demais de seus atos violentos.
Sem dúvida existem grupos fundamentalistas que se desprendem do Islã e são atualmente um perigo para a segurança de muitos países, mas também há muito fundamentalismo em nossas sociedades ocidentais e um dos principais é o fundamentalismo secular, que não tolera a expressão religiosa em toda sua diversidade.
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Comentários
A DISTORÇÃO INTERPRETATIVA DAS LEIS ISLÂMICAS É O REAL PROBLEMA. TEM QUE ACABAR COM OS RADICAIS.
Eu li um texto bem interesante no Senso incomum que fala sobre o que é a paz pra eles.
Num momento o texto explica que a palavra religião tal qual a conhecemos e traduzimos não pode ser aplicada ao islamismo.
" O islamismo é um jin, uma visão de mundo integral, que engloba uma visão política específica (daí a criação de “partidos islâmicos”), uma visão cosmológica, uma visão axiológica (de valores), uma visão social." - esse ponto foi bem esclarecido pelo Haiduqque quando fala das liberdades individuais.
Também fala que para o islamismo só existe a "ordem" e o "caos".
A ordem promove a paz e é o conjunto de leis impostas pelo profeta, a sharia, escritas no Alcorão e também as tradições mantidas.
O caos é tudo que fica "fora da ordem" e deve ser combatido de toda e qualquer forma.
Quem vive no "caos" pode e deve ser aniquilado ou sofrer punições. Por isso, para todo muçulmano que segue a sharia, apedrejar mulheres, atirar gays dos prédios ou degolar quem não participa da ordem é promover a paz.
Sendo dessa forma, o professor Aslan não está correto.
Haiduqque é o meu profeta e seguirei suas palavras.
Haiduqque, vejo que compartilhamos a mesma ideia. Para mim, seu comentário foi excelente, parabéns! :clap:
Nenhuma religião promove a violência. As religiões têm formas bem mais sutis de atingirem seus objetivos.
Nenhum dos 3 grandes livros "sagrados" lutou pelos direitos humanos, contra a escravatura, a Pena de Morte, os direitos das mulheres e das minorias sexuais, as injustiças sociais ou as múltiplas tiranias dos Estados.
Ah... sim, nem também pelos direitos das crianças e dos animais...
A primeira Declaração Universal dos Direitos Humanos surgiu em 1948, muitos séculos depois dos livros sagrados serem lei, livros que nada fizeram pela paz no mundo nem pela liberdade ou dignidade dos indivíduos...
O problema do islamismo é viver em tempos anteriores ao Iluminismo. Para milhões de muçulmanos, obedecer cegamente a Alá tem mais valor que a vida dos outros humanos todos. E se a vida dos outros não é assim tão importante, porque lutar pelos seus direitos?
Nunca vi muçulmanos se manifestando pelos direitos individuais, contra a Pena de Morte, pela liberdade individual, pelo direito à diferença... Eles não veneram a Liberdade, a Igualdade nem a Fraternidade universais, porque isso não faz parte do discurso do seu profeta.
Além de tudo isso, uma religião que tem um ódio visceral e iracional por cachorros, de mim não leva qualquer respeito.
O cristinanismo de há 2 séculos atrás não foi melhor, mas eu não poderei viver mais 2 séculos para ver o islamismo entrar no século XX...