De acordo com sua mãe Niki Trepak, a menina não tem senso de perigo porque literalmente não pode sentir dor, e nem sente a necessidade de dormir ou comer. Os médicos apelidaram Olivia de "garota biônica", enquanto sua mãe diz que ela é "feita de aço".
- "Ela foi atropelada e arrastada pela rua por um carro e não reclamou de nada", disse Niki, logo após o acidente. - "Foi horrível, acho que é algo que nunca vou superar. Eu gritava desesperada e todos os meus outros filhos gritavam também. Mas Olivia apenas se levantou e disse 'O que está acontecendo?' e começou a caminhar de volta para casa."
Niki também acrescentou que Olivia deveria ter ficado gravemente ferida pelo impacto, pois havia uma marca de pneu sobre o seu peito, mas ela apresentou apenas uma pequena perda de pele em seu dedinho do pé e no quadril.
Os médicos acham que ela foi capaz de escapar do acidente, porque não ficou tensa como ficariam as outras pessoas normalmente sob tais circunstâncias. E esta não é a primeira vez que Olivia agiu estranhamente calma após se machucar.
- "Ela também já caiu mal e rasgou o lábio e não reclamou nada", lembrou Niki. - "Ela teve que fazer uma cirurgia plástica para corrigir o corte."
Fazer com que Olivia se alimente direito também é um desafio, porque ela simplesmente não sente fome:
- "É complicado fazer com que ela coma, pois não gosta nada mais do que milk-shake", disse Niki. - "No momento, ela está comendo só miojo de galinha. Antes passou cerca de um ano comendo só pão com manteiga. Ela não sente fome, e não posso ameaçá-la como as outras crianças dizendo que se não comer não vou dar isso ou aquilo, porque ela simplesmente não se incomoda."
Seu terceiro "super-poder" é que ela não cansa, parece ligada em 220 o tempo inteiro.
- "Certa vez, ela passou três dias e três noites consecutivas sem dormir", disse Niki. - "Como mãe solteira de cinco é realmente difícil. Ela nunca se cansa. Ai tive que dar medicação para fazê-la dormir."
Embora seja uma criança feliz a maior parte do tempo, Niki diz que Olivia pode sofrer alguns ataques de vez em quando.
- "As vezes, ela explode e começa a me dar cabeçadas, socos e chutes e isso é bastante embaraçoso se estivermos em público", Revela a mãe. - "Foi o que aconteceu em um parque na outra semana e as pessoas começaram a se perguntar o que estava acontecendo. Eles não sabiam o que estava errado."
Olivia acaba sendo também o centro das atenções: como não tem medo de nada, todos acabam rindo do seu jeito "espoleta" de ser radical e extrema. Ela muitas vezes se propõe a fazer coisas que as outras crianças, inclusive os próprios irmãos, tem medo.
Aparentemente existem 15.000 casos registrados de distúrbio cromossômicos em todo o mundo, mas apenas 100 deles têm a exclusão "6p" que Olivia tem.
- "Pode não haver ninguém mais que tenha o mesmo que Olivia", disse a Dr. Beverly Searle, ex-biólogo e executivo-chefe do grupo de apoio a desordem cromossômica Unique. - "A gente não pode tratar doenças cromossômicas, mas o que podemos fazer é aliviar os sintomas. Tentamos encontrar correspondências e fornecer informações para as famílias, o que pode ser ótimo para apoio local."
Niki insiste que sua filha não é um aberração, ela diz que, apesar de sua resistência sobre-humana, Olivia é a mais amorosa entre seus cinco filhos.
- "Ela vai ser a primeira a compartilhar doces com você. Ela tem uma ótima personalidade. Ela é meio maluquinha só, mas é um amor de menina."
O que, a principio, poderia parecer uma vantagem evolutiva, na verdade é um problema gravíssimo. A dor é um sistema necessário de vigilância que nos avisa que algo está errado. As pessoas que padecem desta condição e também da Síndrome de Riley-Day estão muito mais propensas a sofrer acidentes porque deixam de registrar alertas de dano nos tecidos corporais. Sem o sinal de perigo que a dor proporciona, a maioria das pessoas que tem estes distúrbios tendem a morrer jovens, antes dos 30 anos, por causa de lesões.
Fonte: Express.
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Comentários
Pobre menina.
Pela cara da menina já da pra perceber que ela é meio maluquinha XD É uma pena que ela pode não passar dos 30 com essa doença, só se ela tiver muito cuidado, mas acho difícil.