 | Desde os terríveis acontecimentos em Bruxelas no final de março presenciamos uma compreensível onda de condolências, de solidariedade, de pena compartilhada, bandeirinha colorida no perfil do Facebook, especialmente desde os vizinhos europeus. No entanto, por trás de cada daquelas mensagem de boa vontade e todos bem intencionados hashtags, banners e fotos, tem uma pergunta: por que tanta comoção com uma cidade belga e não com Istambul na Turquia? |
Ou melhor: porque não com o Afeganistão, Nigéria ou Síria, onde o Daesh mata gente diariamente, e em um número ainda maior?
O caso é que ao menos 41 pessoas morreram e 239 têm resultaram feridas ontem em um ataque contra o aeroporto turco de Atatürk, o maior de Istambul, segundo o último balanço da tragédia
As autoridades turcas estimam que três suicidas se explodiram após abrir fogo contra os passageiros. No entanto, várias testemunhas contaram que eram 4 terroristas.
- "Não se enganem: para organizações terroristas, não há diferenças entre Istambul e Londres, Ancara e Berlim, Izmir e Chicago ou Rio de Janeiro e Roma", disse o presidente da Turquia, Recept Tayyip Erdogan. - "A menos que todos os governos e toda a humanidade unam forças na luta contra o terrorismo, coisas muito piores do que tememos imaginar hoje se tornarão realidade", disse ainda o presidente turco.
Diferente dos ataques que vitimaram 31 pessoas no aeroporto e metrô de Bruxelas, que comoveu o mundo na manhã de 22 de março de 2016, hoje nem todos os diário dão a capa à tragédia turca. A proximidade geográfica e cultural, a religiosa, a de costumes e valores, pode explicar em parte que uma coisa nos impacte mais do que outra, mas ainda assim é só, no fundo, uma desculpa reducionista.
Daí que o artista mexicano Eduardo Salles tenha desenhado este mapa com aquilo que importa ao mundo ocidental por suas prioridades à hora de chorar uns mortos ou outros:
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Comentários
Concordo plenamente, quando é superpotências EUA, EUROPA, é o maior atentado do mundo, enquanto outros países sofrem diariamente com grandes ataques de violência, onde morrem milhares de pessoas à décadas, e ninguém consegue resolver nada!
Tem um livro do Stephen King (It) que fala disso, sobre o que dá tamanho à tragédia é a localização.
Uma tragédia que mata 10 em Los Angeles é mais tragédia para os jornais do que uma tragédia que mata 2000 em um país em menos evidência.
Muita gente é motivada pelo moda do momento, se um programa de TV der ampla cobertura à tragédia, as outras seguem pra não ficar pra trás. Se um famoso divulgar em suas redes sociais, seus fãs o copiam. Mas, a verdade é que poucos se interessam de fato pelo sofrimento alheio.
E o Edorgan, citando o Rio de Janeiro? Ninguém nem lembrava das olimpíadas aqui. Vê se esquece a gente, viu?