Os relógios modernos possuem várias funções, como qualquer relógio inteligente, eles atendem ligações, mandam e-mails, gravam conversas, dizem a temperatura, a umidade do ar, checam sua pressão e, é claro, indicam que horas são.
Para isso eles contam com um complicado sistema de aparatos eletrônicos feitos em escala microscópica e produzidos por potentes e caríssimas máquinas em volume industrial. Como são eletrônicos, funcionam com bateria interna e necessitam estar sempre carregados. Alguns duram de um dia até uma semana. Há também que se ter um smartphone para que todas as funções sejam habilitadas, sendo que alguns deles já funcionam independentemente, ou seja, comportam um chip SIM em si mesmos. São pequenas maravilhas da eletrônica e engenharia.
Mas então por que alguém gastaria dinheiro em um relógio que não é eletrônico? Bem, as diferenças entre eles começam na durabilidade. Os tais relógios de luxo funcionam para sempre. A menos que seja esmagado em um terrível acidente, nada impede que suas engrenagens continuem funcionando ad eternum.
O Apple Watch, por exemplo, tem versões com caixas de ouro rosa e amarelo que brilham por fora, para o comprador poder mostrar seu bom gosto e poder aquisitivo por onde passa. Mas é isso. O ouro ali é só para encarecer a peça, nada mais.
Acontece que os relógios de luxo não são de ouro por acaso. Os relógios smart funcionam por meio de chips e bateria, já os relógios clássicos funcionam à base de metais e pedras preciosas. Seus carrilhões e complicadíssimas engrenagens (e o nome que se dá aos movimentos que elas fazem são chamados mesmo de complicações) têm que ser feitas desse tipo de material, como ouro, prata ou outros metais preciosos e caríssimos, pois são maleáveis e resistentes, perfeitos para o uso em microengrenagens e que duram virtualmente pra sempre.
No vídeo abaixo, por exemplo, há uma parte em que podemos ver alguns parafusos com círculo rosado meio transparente, usado para manter peças no lugar sem causar muita fricção. Aquilo ali é safira sintética, também chamada de rubi, mas antigamente já foi usado diamantes, rubis e safiras naturais para o mesmo trabalho.
Outra coisa são as funções. Esses relógios são capazes de mostrar a hora local em até doze fusos diferentes, qual dia de qual ano estamos em até três tipos de calendários, as fases da lua e tocar vários alarmes diferentes, dependendo da hora ou do dia em que você programá-lo. Tudo isso à força bruta de engrenagens empilhadas, com a maior precisão e confiabilidade.
Se você não se convenceu ainda, temos aqui a trabalhosa construção de um Patek Philippe Grandmaster Chime 5175, que consumiu 100 mil horas de trabalho de gênios da horologia, seis patentes, sete anos de desenvolvimento, 1.580 peças e 20 complicações. Essas complicações (funções) incluem dois tipos de alarmes, repetição de minutos, segundo fuso horário e indicador de dia e noite, calendário perpétuo instantâneo (um pequeno milagre da engenharia), indicador de dia, mês e o do ano com quatro dígitos e fases da lua, entre vários outros.
Tudo isso funciona com 1.366 peças comprimidas (incluindo 108 joias) em um espaço de 37 mm de largura e 10 mm de espessura. E todas essas funções podem ser vistas dos dois lados, pois este relógio não tem costas: você gira ele no pulso e há outro mostrador na parte de trás.
Para este específico relógio foram feitas somente sete peças e cada uma custa cerca de 2 milhões de euros. E este nem é o relógio mais complicado que existe. Há um com 57 complicações.
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