As mansões coloridas da segunda maior cidade da Bolívia

Espalhada pelos altiplanos da Bolívia, a 4.000 metros, a cidade de El Alto é predominantemente ocre-vermelha, com milhares de casas de tijolos à vista ou com rebocos inacabados e não pintados. A maioria margeia ruas empoeiradas e não pavimentadas. O aspecto é tão monótono e deprimente que os moradores resolveram dar uma animada nas coisas, adicionando salpicos coloridos onde quer que pudessem. Eles também começaram a projetar suas casas com formas geométricas bizarras.

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Dirigindo esta nova revolução arquitetônica está um arquiteto autodidata chamado Freddy Mamani Silvestre, cujas mansões ostentosas com cores berrantes começam a tomar conta da nova aparência da cidade. Estas edificações são chamadas de cholets, uma contração das palavras chalet (chalé) e cholo, um termo pejorativo que pode ser traduzido como chulo.

Fundada há pouco mais de um século, El Alto era originalmente uma favela e um subúrbio localizado acima e nos arredores de La Paz, a capital administrativa do país. Mas nos últimos anos, o subúrbio cresceu e se tornou a segunda cidade mais populosa da Bolívia, depois de Santa Cruz. É também uma das metrópoles mais altas do mundo e de mais rápido crescimento na América do Sul.

Até agora, Mamani projetou cerca de oitenta e poucos prédios em El Alto, com dezenas a mais em construção. Ele tem sonhos ainda maiores para a cidade: Mamani quer projetar praças, estações de ônibus e as avenidas de El Alto.

Embora os críticos descartem suas cores ousadas e desenhos extravagantes como puro kitsch, outros o comparam a Hundertwasser. Alguns acham mesmo que Mamani pode fazer de El Alto o que Antoni Gaudi fez a Barcelona e Oscar Niemeyer a Brasília: transformar inteiramente a forma e a estética da cidade.

O próprio Mamani transborda confiança.

- "Em 20 anos, a metade das casas aqui será construída com meu estilo", diz ele.

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Fonte: Amusing Planet.