Desde do início da domesticação faz 14.000 anos, a humanidade desenvolveu uma relação especial com suas bolas de pelo. São múltiplos os estudos que creditam o profundo vínculo emocional entre um dono e seu cão, e como sua morte pode ocasionar tanta dor como a de um familiar próximo. Os animais domésticos têm um papel central em nossas vidas, em nossos anseios e desejos, ainda que cada pessoa o viva com desigual intensidade. No lado entusiasta do espectro podemos incluir, sem dúvida, o Japão, nação tão obcecada por alguns animais, como os gatos, que os elevou a status legais sem comparação no resto do mundo. |
Somente ali é possível encontrar cafés para gatos, ou trens que ladram para afugentar a fauna próxima e evitar sua morte por atropelamento. Dois detalhes que se somam a outros muitos. O último é talvez o mais inquietante. Trata-se da Shindo Rinka, uma pequena empresa nipônica dedicada à produção e distribuição de máscaras-réplicas de animais de estimação. Os donos vão a seus escritórios com seu animal, tiram suas medidas e poucos dias depois desfrutam de uma máscara gigante imitando suas facções. O resultado oscila entre o cômico e o perverso, como podemos ver no seguinte vídeo.
Por que? A pergunta, dado que falamos de Japão, deveria ser formulada em negativo: e por que não? A verdade é que o trabalho de Shindo Rinka e do estúdio de desenho 91 é bastante impressionante. As máscaras se destacam por seu relativo realismo, a metade de caminho entre o pavor que produz a réplica gigante da cabeça de um gato e a macabra fascinação de um homem de meia idade usando semelhante coisa.
As máscaras são elaboradas a mão. Somado ao grau de detalhe e às enormes dimensões, seu preço não é barato, algo em torno de é bastante alto: acima dos 300 mil ienes (uns 11 mil reais) mais as despesas de envio (que não devem ser pequenas). Cabe perguntar-se que classe de público alvo pode ter um projeto assim, mas também cabe rastrear nas profundezas da Internet para descobrir relações dono-mascote que raiam o obsessivo.
Não é a primeira vez nem será a última que o Japão presenteia o mundo objetos só concebíveis desde sua excepcional particularidade. Extravagância ou genialidade, a verdade é que é provável que o futuro nos depare mais projetos assim. Os humanos, ao menos no Ocidente, estão se tornando cada vez mais dependentes de seus animais de estimação. As novas gerações estão deixando de ter filhos para ter cães ou gatos, e seus números não deixam de crescer. Em cidades americanas, como San Francisco ou Seattle, já há mais animais de companhia que crianças.
No Brasil não é muito diferente, segundo o IBGE, há 139,3 milhões de animais de estimação no Brasil, com preferência para os cães (54,2 milhões), seguidos de aves (39,8 milhões) e gatos (23,9 milhões) de gatos, Por outro lado, há 57,6 milhões de menores de 18 anos no país.
Uma tendência nítida que não encontrou barreiras na crise econômica. Pese à elevada manutenção das animais de estimação, optamos por viver junto a eles.
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