Uma equipe internacional de cientistas descobriu nas nuvens de Vênus, o planeta mais próximo à Terra, uma substância química inesperada. Trata-se da fosfina ou PH3, o que poderia indicar a presença de vida, informaram os autores de um estudo publicado hoje mais cedo na revista científica Nature Astronomy. O achado foi possível graças a observações com telescópios realizadas no Havaí e Chile em 2017 e 2019, respectivamente. O gás foi encontrado a uns 53-62 quilômetros sobre a superfície de Vênus. Enquanto na superfície do planeta a temperatura e a pressão são extremamente altas, nas nuvens altas as temperaturas são bem mais baixas, de até 30 graus centígrados. |
Segundo os pesquisadores, a fosfina detectada poderia se originar a partir de uma fotoquímica ou geoquímica desconhecidas ou, por analogia, com a produção biológica de PH3 na Terra, a partir da presença de vida.
Os pesquisadores tentaram atribuir a misteriosa descoberta de PH3 em Vênus a diversos processos atmosféricos, químicos e geológicos, incluídos relâmpagos, vulcões, vento solar e inclusive meteoros. No entanto, nenhuma destas possíveis fontes parece ajustar-se ao observado.
- "Se nenhum processo químico conhecido pode explicar o PH3 na atmosfera superior de Vênus, então deve ser produzido mediante um processo que antes não se considerava plausível para as condições de Vênus", disseram os cientistas. - "Isto poderia ser uma fotoquímica ou geoquímica desconhecida ou, possivelmente, vida", indicam no estudo.
Os autores sublinham que a detecção de fosfina não pode ser considerado como uma evidência sólida da presença de vida microbiana em Vênus, indicando unicamente que neste planeta ocorrem processos geológicos ou químicos potencialmente desconhecidos para a comunidade científica.
A primeira evidência da presença deste gás foi captada no Havaí pelo telescópio James Clerk Maxwell (JCMT, por suas siglas em inglês). Os astrônomos prosseguiram sua investigação com 45 telescópios da associação internacional ALMA no Chile.
- "Para nosso grande alívio, as condições eram boas em ALMA para as observações de rastreamento, enquanto Vênus encontrava-se em um ângulo adequado com a Terra. No entanto, processar os dados foi complicado", admitiu Anita Richards, da Universidade de Manchester, na Inglaterra, que faz parte da equipe científica. Finalmente, após seis meses de processamento de dados, a descoberta foi confirmada.
Pelo momento, a teoria sobre a presença de vida não parece muito fiável, já que o ambiente na atmosfera venusiana é extremamente desidratante e tremendamente ácida para albergar organismos vivos, sugerem os cientistas.
Para determinar a fonte exata do PH3 em Vênus e demonstrar a hipótese da presença de vida em suas nuvens os cientistas consideram importante realizar estudos adicionais e, possivelmente, organizar uma expedição ao planeta para realizar medidas no lugar.
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