Uma pomba-correio chamada New Kim se tornou no pombo mais caro da história. O animal, de dois anos e origem belga, foi adquirido por um comprador chinês por 1,6 milhões de euros, pouco mais de 10 milhões de reais, em um leilão que finalizou neste domingo passado, segundo anunciou a promotora do evento Pigeon Paradise (Pipa). As ofertas pela pomba já tinham atingido os 1,32 milhões de euros na semana passada, superando o recorde anterior de 1,25 milhões estabelecido em março do 2019 para outra ave, o Armando. |
Segundo dica do amigo Rusmea, via Facebook, ocorreu que na última meia hora do leilão começou uma disputa de ofertas entre dois compradores chineses que disparou o preço. Uma valor inesperado, sobretudo se levarmos em conta que o lance inicial, em 2 de novembro, era de apenas 200 euros.
Mas porque diabos alguém pagaria uma fortuna por um pombo? Tem a ver com o recente entusiasmo chinês pelas corridas de longa distância para pombos -costume importado de Taiwan-, que fez com que os preços disparassem drasticamente, sendo especialmente apreciadas as aves da Bélgica, casa tradicional deste esporte.
- "Há uns 20.000 pombos competindo em alto nível. É como a Champions League", disse Nikolaas Gyselbrecht, diretor executivo e fundador da Pipa. Antes praticado pelas classes mais humildes, o esporte agora atrai elites estrangeiras.
- "Estes preços recorde são incríveis, porque se trata de uma fêmea. Armando era um macho. Pelo geral, um macho vale mais do que uma fêmea porque pode ter mais descendência", explicou Nikolas.
New Kim só competiu uma vez, em 2018, se coroando como a campeã mais jovem em corridas de pombos. Desde então está parada. Ao todo leiloaram 445 pombos, por um preço de 5 milhões de euros.
As disputas chinesas são organizadas de forma diferente. As aves são criadas e acostumadas a um pombal durante meses e depois são liberadas a centenas de quilômetros de distância para regressar com seu sentido único de orientação e velocidade. Os prêmios podem chegar a dezenas de milhões de euros.
Em Taiwan, estas corridas são chamadas de "voo da morte columbina. A pequena ilha hospeda mais eventos de corrida de pombos do que qualquer outro país do mundo, envolvendo bilhões de dólares em apostas.
O problema ali é que as aves são levadas até alto mar, liberadas no meio do nada e forçadas a voar para casa. De acordo com vários relatórios de organizações de direitos dos animais, menos de 1% delas retornam à terra e o saldo é de mais de um milhão de pombos mortos por ano nessas corridas.
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