Enquanto estiver em um país estrangeiro, você pode encontrar as condições de estradas significativamente diferentes das brasileiras, que, em alguns casos, são severamente caóticas. Como exemplo temos Bangladesh, que desfrutou de um crescimento econômico relativamente estável desde 1990, mas que foi acompanhado pelo aumento da população urbana nos últimos anos, especialmente em Daca, que é famosa por seu severo congestionamento de tráfego. A mão ali é inglesa e estradas e ruas são extremamente cheias, principalmente nas cidades, com bicicletas, riquixás, minitáxis de três rodas, carros e ônibus. |
O trânsito urbano é caótico onde todos disputam espaço viário e direito de passagem. No entanto o tráfego nas estradas e rodovias não é melhor. Os motoristas geralmente não têm carteira, são agressivos, assumem riscos e são mal treinados. Muitos veículos, principalmente caminhões e ônibus grandes, são mal conservados, com parabrisas trincados e dirigidos por jovens inexperientes recém-chegados da zona rural de Bangladesh em busca de emprego rápido.
As estradas, incluindo a maioria das principais rodovias, são mal conservadas e geralmente carecem de acostamentos seguros, têm vários buracos, declives acentuados e barreiras que não são sinalizadas. Limites de velocidade e outras leis de trânsito não são comumente divulgados e raramente são observados pelos motoristas.
Em 2018, decidi pedalar de Daca até Calcutá, mas o guia desaconselhou fortemente, pois, nas rodovias, os veículos pesados geralmente seguem o direito de passagem enquanto o veículo menor deve recorrer ao acostamento (quando tiver um). Ainda assim eu decidi arriscar só para descobrir que motos, riquixás e bicicletas muitas vezes tem que recorrer ao mato para que não sejam atropelados. A prática de usar frequentemente a buzina ou o farol alto para anunciar a presença é a norma em todas as áreas de Bangladesh, a qualquer hora do dia ou da noite.
Acidentes rodoviários, incluindo colisões frontais fatais, são comuns em Bangladesh. Se ocorrer um acidente grave, ou se um motorista bater em um pedestre ou uma vaca, a multidão se aglomera rapidamente e o comportamento da multidão costuma ser imprevisível. Nesses casos, alguns membros da multidão podem tentar ajudar as partes lesadas, enquanto outros podem tentar impor seu próprio senso de justiça às partes responsáveis.
O veículo e seus ocupantes podem correr o risco de serem atacados em tais circunstâncias, dependendo de quem a multidão acredita ser o culpado e quais danos ocorreram. Esses ataques podem representar um risco significativo de ferimentos ou morte para os ocupantes do veículo ou, pelo menos, de incineração do veículo. Não é seguro permanecer no local de um acidente dessa natureza -nem como testemunha-, e os motoristas geralmente preferem procurar a delegacia de polícia mais próxima antes que sejam linchados.
Os turistas são fortemente aconselhados a não usar transporte público, incluindo ônibus e riquixás, devido ao alto índice de acidentes e problemas de criminalidade. Uma alternativa a considerar é alugar um carro com motorista, andar de bicicleta se tiver experiência com ciclismo urbano ou caminhar. No meu caso depois de pedalar uns 50 km e ver toda esta loucura procurei o ponto de ônibus mais próximo e segui até a Índia, ainda que sem nenhuma garantia de segurança, porque a maioria dos motoristas assume a direção agressiva.
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Comentários
Parecem os argentinos que vinham ao litoral de SC, nos tempos áureos.....
Pelamordedeus, que loucura... deixastes de pedalar, para tomar um ônibus, mas isso não aliviou a agonia...