Durante as últimas semanas, as autoridades dinamarquesas visitaram todas as granjas do país coletando, sacrificando e enterrando seus visons. Os restos foram depositados em enormes fossas comunas aspergidas posteriormente com desinfetante e cal. Ocorreu que a decomposição dos corpos gerou gases e inflou os pequenos corpos dos animais. Provocando que, em alguns casos, se expandam até esgotar o espaço disponível e "brotar" na superfície.
A rede dinamarquesa DR publicou um arrepiante vídeo em que é possível ver grandes quantidades de cadáveres de visons à vista, que anteriormente foram enterrados em um campo de treinamento militar em Holstebro, ao noroeste do país.
De forma irônica, o diário local Berlingske descreveu esta situação como - "...visons-zumbi que se levantam da tumba para cobrar vingança." No entanto, as autoridades explicaram que este fenômeno, longe das tramas de ficção científica, se deve a causas naturais.
- "Os gases que se formam durante a decomposição são a causa de que os corpos inchem um pouco e, nos piores casos, sejam empurrados para fora do solo", precisou o porta-voz da Polícia, Thomas Kristensen.
O representante da força esclareceu que o último episódio de ressurgimento de corpos de visons ocorreu na manhã da última segunda-feira, ainda que também tinha ocorrido anteriormente.
As autoridades estão tentado resolver este problema colocando até 1 metro de terra sobre os animais mortos. No entanto, esta medida resultou insuficiente pelo qual voltarão a fazer desta vez os sepultando sob uma camada de 2,5 metros.
Os visons seguem supondo uma dor de cabeça para o governo. Faz alguns dias o ministro da Agricultura e Pesca, Mogens Jensen, se viu obrigado a pedir demissão depois de iniciar o sacrifício sem o amparo legal correspondente. O executivo não contava com lei alguma que justificasse o sacrifício de visons saudáveis. A questão segue em debate hoje no parlamento dinamarquês.
Especialistas insistem que deveria ser feito um estudo de impacto ambiental antes que enterrassem os animais em covas rasas nos arredores de municípios. O governo deveria ter buscado localizações remotas e afastadas de núcleos urbanos, coisa que não ocorreu. É uma questão que preocupa os vizinhos locais, que observam nas fossas comuns um potencial risco para o equilíbrio ambiental da região.
Se o canal administrativo escolhido pelo governo está supondo tamanho escândalo deve-se, em parte, a que os visons representavam uma via de sustento econômico para milhares de famílias. A Dinamarca era um dos principais produtores da Europa, com mais de 1.800 postos de trabalho destinados nas granjas. Uns 700 ocupados por migrantes. Famílias inteiras ficaram sem nada da noite para o dia.
Não só se tratava das granjas, senão do negócio que as acompanhava. Empresas como Kopenhagen Fur, fundada em 1930, e que empregava 300 funcionários, terão que fechar depois do sacrifício. Ao todo, estima-se que a indústria do vison rendia em torno de 800 milhões de euros anuais. Números nada desdenháveis em um país de cinco milhões de habitantes.
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