A reação de milhões de bagres quando recebem ração em cultivos indianos

O bagre africano (Clarias gariepinus), assim como na maioria dos países fora da África, é uma espécie proibida na Índia por representar uma ameaça às variedades autóctones, mas ele continua se espalhando pelo país, devido ao cultivo ilegal sobretudo em tanques de alguns estados do sul da Índia, como Andhra Pradesh e Kerala, e em alguns estados da Índia Oriental, onde, ao escapar destes corpos de água, de criação, eliminam as espécies aquáticas nativas.

O "peixe estranho", como é chamado localmente, foi notado pela primeira vez em Andhra Pradesh, que marca a biodiversidade da aquicultura indiana, na década de 1990. Desde então, colonizou rios importantes, invadiu zonas úmidas e foi avistado em todo o país, desde então.

A Secretaria de Pesca e Estudos Oceânicos do país vem tentando eliminar o bagre africano de seus corpos d'água, mas é uma luta inglória já que seu cultivo é bem popular em algumas regiões. Embora o governo indiano tenha proibido sua cultura em lagoas e tanques em 2000, vários governos estaduais supostamente não estão aplicando a proibição, levando ao cultivo ilegal da espécie.

O bagre africano é popular entre os criadores de peixes porque cresce rápido, pode tolerar condições adversas de qualidade da água (baixa oxigenação) e pode ser criado em grandes quantidades. Ademais, ele respira ar e pode rastejar em solo seco e sobreviver na lama entre as chuvas, indo de um lugar ao outro e infestando rios.

No entanto, como a espécie invadiu reservas importantes, que possuem espécies endêmicas da reserva em perigo crítico, sua eliminação é crítica, já que representa uma grande ameaça para as espécies de peixes locais.

Desde então, ele se espalhou em corpos d'água naturais, afetando espécies de peixes nativas por meio de impacto genético, introdução de doenças, bem como impactos ecológicos catastróficos, como predação, competição e modificação ambiental.

Nos vídeos que ilustram este artigo vemos como criadores alimentam milhões desses bagres em seus tanques que, às vezes, não ultrapassam os 50 metros quadrados.