Na noite de 23 de março de 1984, um menino foi encontrado chorando nos degraus do teatro Yongsan em Seul, na Coreia do Sul. Ele foi encontrado pelo gerente, um certo Sr. Hong, e levado à delegacia de polícia local. O garoto tinha cerca de 2 anos e meio de idade, recebeu o nome de Hong Ki Hong em homenagem a seu salvador, e rapidamente foi colocado para adoção. Menos de 24 horas depois e a cerca de um quilômetro e meio de distância, uma garotinha foi deixada por seu pai em um mercado. Ele deu a ela 1.000 wons para comprar uma guloseima e disse que logo voltaria, mas nunca o fez. |
Quando uma mulher encontrou a criança sozinha, ela descobriu um bilhete no bolso da blusa da menina que dizia:
- "Por favor, mande esta criança para um orfanato através da delegacia. No momento, ela não tem pais."
A menina disse que tinha 4 anos e foi capaz de dizer à polícia seu nome, Jee Young Lee; o nome de seu pai, Kyung Kuk Lee, e que ela morava com uma irmã mais velha, Sang Yeon Lee. A menina disse que sua mãe fugiu porque seu pai bebia muito e batia nela. Os registros da Sociedade de Bem-Estar Social coreana não dizem se a polícia alguma vez tentou encontrar sua família antes de colocá-la para adoção também.
Por meio de diferentes agências, as crianças foram adotadas por famílias nos Estados Unidos. O menino foi criado como Justin Kragt e cresceu em Salem, capital do estado norte-americano do Oregon. A menina se tornou Renee Alanko e cresceu no norte da Califórnia. E até 2018, eles nunca souberam que eram irmãos.
Justin nasceu com insuficiência cardíaca congênita, o que exigiu cirurgia cardíaca de peito aberto aos 4 anos. Ele presumiu que tinha sido abandonado por ter necessidades especiais. Em 2014, em busca de parentes de sangue distantes, Justin fez um teste de DNA. Ele esperava encontrar pelo menos um primo de 5° grau. De fato, ele encontrou algumas conexões distantes e ficou feliz com o resultado.
Mas Renee, que sabia o nome de seu pai e de sua irmã, sempre quis saber mais sobre sua família biológica. Ela viajou para a Coreia do Sul para uma busca pela família em 2008. Com a ajuda de um detetive de uma agência de adoção, ela enviou mais de 200 cartas para pessoas que poderiam ser o pai cujo nome ela havia dado à polícia. Não descobriu nada.
No verão de 2018, ela, então morando na área da baía de São Francisco, fez seu próprio teste de DNA porque estava pensando em ter filhos. Após a busca em 2008, estava só procurando indicadores de saúde, não familiares. Portanto, foi um choque quando os resultados de seu kit previram que ela tinha um irmão morando a apenas 960 quilômetros de distância, em Salem.
O relatório de adoção de Renee não faz menção a um irmão mais novo, apenas à irmã mais velha, e essa mulher, ela sabia, poderia ser uma tia ou cuidadora. Mas sua mãe adotiva disse que quando ela era muito jovem e chegou pela primeira vez aos EUA, ela falou sobre como era seu "irmãozinho" fofo.
Quando ela procurou Justin e descobriu que eles haviam sido abandonados em distritos vizinhos e com um dia de diferença, as peças se juntaram. Em algum momento, embora brevemente, eles haviam sido uma família. Por que seu pai os abandonou separadamente é uma das muitas perguntas que ainda persistem.
Primeiro eles conversaram por telefone e compartilharam fotos, mas depois se encontraram pela primeira vez, quando ela voou para o Aeroporto Internacional de Portland para uma reunião cheia de lágrimas, mostrada no vídeo que ilustra este post. A família adotiva de Justin estava lá no exato dia de seu 36º aniversário.
"Eu não poderia ter planejado um presente melhor para dar a Justin do que este", disse sua mãe adotiva, Sue Maguire.
A vida não foi fácil para ele, pois, quando criança, foi abusado por seu pai adotivo, que agora está afastado do resto da família. Mas este momento lhe trouxe alegria e esperança.
- "Sempre pensei que estava sozinho com minha mãe [adotiva] no mundo e já estava conformado co isso", disse ele antes de chorar.
Sua irmã, de pé ao lado dele, colocou a cabeça em seu ombro e o abraçou com força.
- "Agora você está preso a mim", brincou ela enquanto os dois riram.
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