Uma cidade pequena, mas vibrante, no alto das Montanhas Atlas, em Ouarzazate, no centro-sul do Marrocos, há muito é chamada de "porta para o deserto". Também é chamada de "Hollywood da África" por causa do grande número de filmes que foram rodados ali e no deserto ao redor. Desde pelo menos os anos 60, os diretores de Hollywood vão a Aït-Ben-Haddou sempre que precisam fazer um filme bíblico ou um filme ambientado no Oriente Médio. "Lawrence da Arábia" (1962), "A última tentação de Cristo" (1988), "A Múmia" (1999), "Gladiador" (2000), "Game of Thrones"... a lista é grandessíssima. |
Ouarzazate também abriga um dos maiores estúdios de cinema do mundo, o Atlas Studios. Embora o local de filmagem de 32 mil metros quadrados tenha de tudo, desde enormes tumbas egípcias a gigantescos aviões a jato a castelos em ruínas, é o cenário natural que atrai a maioria dos diretores: a alcácer de Aït-Ben-Haddou.
Localizada ao longo da antiga rota de caravanas entre o Saara e Marrakech, Aït Benhaddou é uma alcácer histórica, ou cidadela fortificada, com casas de tijolos de barro aglomeradas e cercadas por muros altos. Este Patrimônio Mundial da UNESCO é considerado um grande exemplo da arquitetura marroquina de barro.
Empoleirada nas encostas de uma colina próxima ao rio Ounila, a vila é composta por uma coleção de edifícios de vários tamanhos que vão desde casas modestas a estruturas altas com torres, todos amontoados dentro de uma parede defensiva que inclui torres de canto e um portão.
Algumas das edificações são decoradas em suas partes superiores com motivos geométricos. A aldeia também tem vários edifícios públicos ou comunitários, como uma mesquita, um caravançarai (hotel), um kasbah (fortificação semelhante a um castelo) e o Marabu de Sidi Ali ou Amer.
No topo da colina, sobranceiro ao alcácer, encontram-se os restos de um grande celeiro fortificado. Há também uma praça pública, um cemitério muçulmano e um cemitério judeu.
Embora a cidadela original remonte ao século XI, nenhuma das estruturas é mais antiga do que o século XVII, pois os edifícios de taipa, adobe, tijolos de barro e madeira tendem a desmoronar e requerem manutenção constante para se manterem de pé.
Em Aït-Ben-Haddou, as estruturas mais altas eram feitas de taipa até o primeiro andar, enquanto os andares superiores eram de adobe mais leve, de modo a reduzir o peso das paredes.
O vilarejo era um dos muitos entrepostos comerciais na rota comercial que ligava o antigo Sudão a Marrakesh pelo Vale Dra e pelo Passo de Tizi-n'Telouet.
A passagem de Tizi n'Tichka, que era alcançada por esta rota, era uma das poucas rotas através da Cordilheira do Atlas, cruzando entre Marrakech e o Vale do Dra'a na orla do Saara.
Surpreendentemente, a aldeia ainda é habitada, embora escassamente. O despovoamento da vila começou no início do século 20 quando a cidadela perdeu sua importância estratégica, e os jovens decidiram buscar novas opções de trabalho nas cidades grandes.
A maioria dos habitantes locais agora vive em moradias modernas na aldeia localizada do outro lado do rio e vive da agricultura e, especialmente, do turismo, com pequenos souks, que comercializam souvenires, tecidos e tapetes.
Em 2011, foi concluída uma nova ponte para pedestres ligando o antigo alcácer à aldeia moderna, com o objetivo de tornar a cidadela mais acessível e potencialmente encorajar os habitantes a regressarem às suas casas históricas. Nesse segundo caso não deu muito certo.
Uma vez no topo da cidadela, você será recompensado com uma vista incrível da paisagem árida do deserto, todo o vale ao longo da vila, as muitas belas construções de argila, paisagens lunares rochosas e os picos brancos das Montanhas Atlas. Nesse local é possível imaginar como era a movimentada vida berbere há 1000 anos.
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