Arqueólogos encontram esquis de madeira de 1.300 anos perfeitamente conservados sob o gelo

O gelo que se derrete devido à mudança climática deu lugar a uma nova disciplina: a arqueologia glaciar. Nela os cientistas monitoram o estado das camadas de gelo e, no caso de derretimento, organizam expedições em procura de possíveis artefatos sob o gelo. Um dos países em que mais se pratica a arqueologia glaciar é a Noruega. Foi na parte sul deste país, na região de Oppland, onde os arqueólogos Runar Hole, Espen Finstad e Bjørn Hessen fizeram uma descoberta notável: um esqui de madeira com cerca de 1.300 anos de antiguidade, uma época que se remonta a muito antes dos infames vikings.

Hole e Hessen trabalham no programa Secrets of the Ice. Em 2014, os arqueólogos já encontraram um esqui da mesma antiguidade em um jazida denominado mancha de gelo Digervarden. As imagens via satélite mostravam que o gelo dessa zona tinha retrocedido neste ano até níveis similares aos de 2014, de modo que organizaram uma segunda expedição. A viagem, que ocorreu no passado 26 de setembro encontrou outro esqui. De fato é o par do que encontraram em 2014.

O processo não é precisamente tão simples como recolher a relíquia e voltar. O esqui estava ainda preso sob o gelo e foi necessário escavar cuidadosamente com a ajuda de machados e picaretas e esquentar algumas áreas com água temperada para ir retirando o objeto sem danificá-lo.

O momento de maior alegria chegou quando deram a volta no esqui e descobriram que ainda conserva as correias de couro com as quais seu proprietário o prendias às botas faz 1.300 anos. O anterior esqui carecia desse detalhe que vai permitir estudar muito melhor como as pessoas daquela época fabricavam estes acessórios.

Quanto ao por que apareceram só os esquis e não mais restos, os arqueólogos não têm resposta. Pode ser que um caçador os deixasse nesse lugar plantados sobre a neve e depois tenha esquecido ou uma pequena avalanche veio a cobri-los de maneira que nunca foi recuperado. Por enquanto seus esquis perdidos já são os mais conservados do mundo.