Contêineres de carga transformados em piscinas: a nova tendência em arquitetura modular

Vivemos tempos confusos. Tempos nos quais meia humanidade suspira por um dos objetos mais onipresentes já criados pela modernidade: o contêiner de ônus. A grande crise logística que atravessa o planeta surge, em parte, porque não temos tantos contêineres como desejaríamos. A nova tendência entre a burguesia americana consiste em comprar contêineres industriais, depositar em seus jardins ou telhados e enchê-los de água. Transformá-los em piscina. O preço por cada um deles ronda os 390 mil reais. Uma dinheirama, mas menos do que o necessário para construir uma piscina.

Este preço, lógico, é em função da demanda e da oferta escassa. No Brasil são mais baratos e você pode comprar um contêiner de seis metros por 6 mil reais, o de 12 metros sai por 7 mil e o de 20, 14 mil. Há que adicionar o custo para o sistema de filtragem e bomba, que não deve ser maior que 2 mil reais.

- "Nossas piscinas podem ser instaladas em matéria de horas, o que significa que poderia estar nadando no mesmo dia em que se instalam", explica um porta-voz de uma das empresas especializadas. Ocorre que a crise logística também chegou à construção de piscinas e que a piscina-modular é uma boa alternativa, ao menos imediata, para quem queira uma já. Nem todas as empresas que as instalam o fazem corretamente, o que tem gerado um pequeno circuito de críticas e protestos por negligências.

O interiorismo leva anos imerso na reutilização de materiais industriais, nus, para escritórios e lares. Agora é a vez da arquitetura. Em Itajaí, devido ao porto, há diversas empresas que oferecem moradias-modulares construídas com contêineres do porto. São soluções habitacionais acessíveis, que custam em torno de 20 mil reais.

Assim como as piscinas, a principal vantagem dos contêineres-moradia é que o preço de construção desaba. Já estão feitos. É uma filosofia similar à das casas impressas em 3D. Para o Brasil e outros países, o problema é outro: a maior parte do preço de uma casa é determinada pelo custo do terreno, um bem escasso e bastante inflado pela bolha imobiliária.