No que seria o segundo caso conhecido na história da medicina, uma mulher anônima da Argentina não mostrou sinais da infecção por HIV que anteriormente fora detectado, e tudo isso sem receber um tratamento de transplante de células-tronco para curá-la. A chamada "paciente Esperanza", que leva o nome de sua cidade natal na Argentina, foi diagnosticada pela primeira vez com HIV em 2013, mas após oito anos de acompanhamento e um total de 10 testes de carga viral, parece não haver sinal de infecção viral ativa em seu corpo. |
É sabido que o HIV tem a capacidade de se esconder do sistema imunológico e dos tratamentos nos denominados "reservatórios virais". Isto significa que inclusive se um programa de tratamento altamente efetivo for suspenso, uma pessoa infectada se torna vulnerável outra vez, o que faz que a maioria das pessoas com HIV precisem tomar antirretrovirais pelo resto de sua vida.
E aqui é onde vem a exceção com estes dois casos que se curaram do vírus por completo. No ano passado descobriram que um indivíduo, conhecido como o paciente de San Francisco, tinha eliminado seu HIV simplesmente por ter um sistema imunológico único.
A protagonista do novo caso, o segundo na história, é conhecida como a paciente Esperança, uma mulher de 30 anos cujo marido morreu de AIDS. Quando foi diagnosticada em 2013 e recebeu terapia antirretroviral (ARV) enquanto estava grávida em 2019, mas não recebeu tratamento antes e depois.
Durante quatro anos, os médicos sequenciaram 1,2 bilhões de células sanguíneas da paciente e 500 milhões de células tissulares. Não puderam encontrar nenhum genoma do HIV em um estado de reprodução. Em particular, o vírus não foi detectado em 150 milhões de células T CD4 +, geralmente a reservatório principal.
E no entanto, encontraram uma sequência viral hipermutada, o que demonstra que o diagnóstico de infecção original não tinha sido um erro. Como explicam os pesquisadores do estudo:
- "Estes dois casos e seus achados indicam que pode ter um caminho viável para uma cura esterilizante para as pessoas que não podem fazer isto por si mesmas. No entanto, a ausência de evidência de provírus HIV-1 intactos em um grande número de células não é evidência da ausência de infecção por HIV-1. Uma cura esterilizante do HIV-1 nunca pode ser provado empiricamente."
O trabalho recorda que em ambos os casos se trata de exemplos extremos cujos sistemas imunológicos podem evitar que o HIV atinja níveis perigosos sem necessidade de ARV. A ciência sabe hoje que os sistemas imunológicos mais correntes fazem sua "magia" através de células T assassinas particularmente potentes.
Os pesquisadores finalizam explicando que agora estão procurando a possibilidade de induzir este tipo de imunidade em pessoas que recebem ARV mediante a vacinação, com o objetivo de educar seus sistemas imunológicos para que possam controlar o vírus sem terapia antirretroviral.
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Comentários
Tem um tratamento que era inviavel na epoca, mas com uma modificação agora é viavel.