Há um certo tipo de rochas que, por sua natureza ou seu tratamento, têm a curiosa propriedade de soar como sinos quando são marteladas. É o que se conhece como rochas sonoras ou litofônicas, qualidade descoberta já em tempos pré-históricos e que nossos ancestrais aproveitavam para produzir algum tipo de comunicação musical, e, às vezes, ritual. Nem todas as rochas sonoras remontam tão atrás no tempo; algumas são mais recentes e, de fato, há músicos que praticam a interpretação recorrendo a este insólito instrumento. |
Em geral os músicos usam várias lascas pétreas de diferentes tamanhos(tons) como se fosse um grande xilofone, que é bastante popular no Vietnã. O tipo de material varia bastante. Os antigos chineses usavam o jade, por exemplo, para elaborar o que chamavam pien-tsin, dezesseis lascas da pedra penduradas em cordas. Em outros casos parece ser mais frequente o basalto.
O que sim é comum é o som que produzem, metálico, similar ao que produz ao golpear uma caneca ou, exagerando um pouco, um sino. A razão exata pela qual soam assim é objeto de estudo e controvérsia faz muito tempo e parece estar relacionada não só com a composição da pedra -concretamente seu nível de conteúdo em ferro- senão também com seu processo de formação, se foi uma cristalização rápida ou lenta, pois isso influi em uma das qualidades necessárias para a litofonia: a espessura de sua camada externa.
Os litófonos naturais não se concentram em um único lugar senão que estão espalhados por quase todo mundo, desde Chinesa aos Estados Unidos, passando por Austrália, Azerbaijão e um monte de lugares a mais. Assim, podemos citar as rochas de Kiandra, em Nova Gales do Sul; as pedras cantoras da Namíbia; as pedras musicais de Skiddaw na Inglaterra; o morro dos sinos mexicano, etc. De todos eles há três lugares que atraem especialmente a atenção dos estudiosos, todos eles nos Estados Unidos, pela grande concentração que apresentam deste fenômeno.
Um deles é o estado norte-americano da Pensilvânia, onde se localizam até três lugares diferentes: os parque Ringing Rocks, Ringing Hill e Stony Garden. O primeiro é um parque natural no qual encontraram rochas sonoras faz já tempo, em 1876; com o tempo foi crescendo em extensão para melhorar sua proteção e hoje atinge cinquenta e um hectares.
O segundo foi descoberto antes ainda, em 1742, e durante muito tempo funcionou como parque de atrações; desde 1957 é propriedade privada. O terceiro é o maior de todos de caráter público porque, em realidade, consiste de vários campos cheios de olivina.
Também Nova Jersey, na bacia de Newark, tem uma dúzia de campos de litófonos naturais tipo felsenmeer a base de olivina, que é um neossilicato resultante da fusão de camadas de diabase, rocha ígnea de origem magmática, em um processo que se prolongou desde o Jurássico -faz uns 200 milhões de anos- até o Pleistoceno. O campo mais famoso e mediático dessa região é o Parque das Rochas, em Bridgeton Township.
O terceiro lugar é o condado de Jefferson, em Montana, em cujas montanhas se localiza o Ringing Rocks Pluton. Como indica seu nome, é composta por rochas plutônicas, formadas por um esfriamento lento do magma e meteorizadas pela erosão glaciar do Pleistoceno. Rader Creek Pluton e The Ringing Rocks Tor são lugares parecidos.
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