Martyl Langsdorf, que por acaso era casada com o ex-físico do Projeto Manhattan Alexander Langsdorf, foi incumbida de criar uma capa para a edição de junho de 1947 do Boletim dos Cientistas Atômicos. Ela decidiu por um design gráfico simples: o canto superior esquerdo de um relógio, os ponteiros marcando sete minutos para a meia-noite. Questionada mais tarde por que ela ajustou o relógio para aquela hora em particular, Martyl explicou que "parecia bem aos meus olhos". Essa citação aparece em um post no Boletim abordando perguntas frequentes sobre o que agora é conhecido como Doomsday Clock. |
O Relógio do Juízo Final é um design que alerta o público sobre o quão perto estamos de destruir nosso mundo com tecnologias perigosas de nossa própria criação. É uma metáfora, um lembrete dos perigos que devemos enfrentar se quisermos sobreviver no planeta. Nos 75 anos desde a sua introdução, o ponteiro dos minutos foi movido oito vezes para trás e para frente dezesseis vezes; atualmente ele ainda está a 100 segundos para a meia-noite.
Para o público de 1947, "meia-noite" significava sobretudo a perspectiva de autodestruição da humanidade através do uso de armas nucleares. Mas à medida que a própria tecnologia avançou e proliferou, os meios de auto-aniquilação tornaram-se mais diversos. A declaração do Doomsday Clock deste ano cita não apenas armas nucleares, mas emissões de carbono, doenças infecciosas, notícias falsas e desinformação habilitadas pela Internet.
No início deste mês, o Boletim nos lembrou que, mesmo no início de 2022, chamamos a Ucrânia como um potencial ponto de inflamação em um cenário de segurança internacional cada vez mais tenso.
- "Por muitos anos, nós e outros alertamos que a maneira mais provável de usar armas nucleares é através de uma escalada indesejada ou não intencional de um conflito convencional."
Agora que a invasão da Ucrânia pela Rússia deu vida a esse cenário de pesadelo, muitos se viram olhando nervosamente para o Relógio do Juízo Final mais uma vez. Isso também aconteceu após a eleição de Donald Trump, que motivou o vídeo da Vox abaixo sobre a história e o propósito do Relógio.
Seu status icônico há muito tempo sobreviveu à Guerra Fria, mas o dispositivo em si não está isento de críticas. O cofundador do Boletim, Eugene Rabinowitch, uma vez articulou o último como significando "preservação da civilização assustando os homens para a racionalidade", uma intenção um tanto controversa. Pode-se também levantar objeções ao uso de um conceito inerentemente linear e unidirecional como o tempo para representar uma probabilidade resultante da ação humana. No entanto, de alguma forma, imagens tecnicamente mais adequadas "100 centímetros da borda", digamos, não conseguem expressar o conceito de fim do mundo com tanta clareza.
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