Como as antas ajudam a uma rara árvore a prosperar na Costa Rica

Nas encostas florestais dos vulcões Tenorio e Miravalles, na Cordilheira de Guanacaste, no noroeste da Costa Rica, vive uma espécie-chave: a humilde anta. Essas criaturas amantes do banho de lama têm focinhos preênseis e cascos com dedos estranhos. A mostrada no vídeo que dá contexto a este post foi filmada descansando, vagando e forrageando pelo cineasta James Wolfe. Aonde quer que vivam antas são a esperança das florestas tropicais. Essa esperança vem como um lindo pacote cheio de sementes e nutrientes essenciais para a manutenção e restauração das florestas tropicais.

O pacote é comumente conhecido como estrume. As antas, as arquitetas das florestas, ajudam a espalhar os nutrientes necessários para manter as florestas vivas, apenas comendo e fazendo cocô.

E enquanto as antas ajudam a manter as florestas vivas e bem em todo o mundo, seu esterco tem um valor especial na Cordilheira de Guanacaste. Nessas montanhas, a sobrevivência das raras, endêmicas e ameaçadas árvores cacho-de-danto (Parmentiera valerii) depende muito das antas. Como explica Wolfe, o fruto da árvore se assemelha a um pepino de grandes dimensões e cresce diretamente dos troncos das árvores. Essa característica botânica é chamada de couve-flor.

Infelizmente tanto a anta-de-Baird (Tapirus bairdii), quanto a árvore endêmica cacho-de-danto são consideradas espécies ameaçadas de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza. O vídeo também apresenta um morcego de néctar que poliniza as flores das árvores enquanto bebe seu néctar.