Por que o azeite de oliva é tão caro?

O azeite é um suco de fruta antigo que remonta a cerca de 2.500 a.C. O óleo, uma gordura essencial usada por cozinheiros em todos os lugares hoje, curiosamente não era usado para fins culinários até cerca do quarto ou quinto séculos a.C. O azeite moderno tem cinco graduações principais: azeite extra virgem, o mais caro dos azeites; azeite virgem; azeite refinado (para cozinhar); azeite puro; e óleo de bagaço de azeitona, um subproduto do processo de moagem do azeite. Dadas essas diversas qualidades, não é surpresa que também existam diferentes preços.

No entanto, em geral, o azeite é um óleo caro, em relação a outros óleos alimentares. Um estudo de vulnerabilidade à fraude, publicado na revista de segurança alimentar Food Control, descreveu o azeite como uma "commodity de alto valor" e observou que o azeite extra virgem, em particular, era vulnerável a fraudes por esse motivo.

Como dito, o azeite extra-virgem é o mais caro dos azeites, e quando você para e considera tudo o que envolve o engarrafamento de um litro, seu alto preço começa a fazer sentido. Como a Foodiosity aponta, você deve levar em consideração tudo, desde taxas de importação a impostos e margens de supermercado, quando começar a se aprofundar no motivo pelo qual o azeite é tão caro.

O extra virgem é o mais caro do mercado, em grande parte devido aos processos e padrões muito específicos que o azeite deve atender. Por exemplo, para atingir a sua graduação, o azeite não deve ter mais de 0,8% de acidez e deve ser elaborado por um dos dois métodos: pressionando as azeitonas com contato direto ou usando centrífugas para espremer o óleo.

Ainda outra característica dos azeites mais caros é a "prensagem a frio", onde as azeitonas são processadas a temperaturas não superiores a 30 °C. Nunca deve entrar em contato com calor ou produtos químicos durante sua moagem. Outros azeites menos caros terão níveis mais altos de acidez, além de processos mais refinados.

Mas talvez o fator mais significativo no preço caro do azeite seja a própria azeitona. A maioria das azeitonas é cultivada no Mediterrâneo e os maiores produtores de azeite também vêm desta região; portanto, os consumidores do resto do mundo pagam o preço de sua importação.

O melhor azeite é feito de azeitonas perfeitamente maduras, e cada cultivar de azeitona tem com sua própria tonalidade e sabor. Em fábricas baratas, até o azeite extra-virgem pode ter um sabor um pouco ruim, porque é feito com uma mistura de diferentes cultivares de diferentes maturação. Um azeite feito exclusivamente de uma cultivar resulta em uma cor bonita, específica e com sabor próprio, distinto de outros azeites.

Além disso, você sabia que as azeitonas são todas colhidas a dedo? E que são necessárias as azeitonas de várias árvores para produzir apenas 1 quilo de azeite? São necessários 9-11 quilos de azeitonas para prensar a frio 1 quilo de azeite. Ou seja, são necessárias entre 5.200 a 8.000 azeitonas para produzir apenas 1 litro de azeite extra virgem.

Não está claro quando e onde as oliveiras foram domesticadas pela primeira vez. A oliveira moderna provavelmente se originou na antiga Pérsia e Mesopotâmia e se espalhou mais tarde para o norte da África, embora alguns estudiosos defendam uma origem egípcia.

Azeitonas silvestres, originárias da Ásia Menor, eram coletadas por povos neolíticos para fazer medicamento, combustível de lamparinas, fabricação de sabão e aplicação de cuidados com a pele. Desde seus primórdios no início do século 7 a.C., o uso cosmético do azeite de oliva rapidamente se espalhou para todas as cidades-estados helênicas, onde atletas usavam o azeite para esfregar no corpo durante o exercício. O azeite também era popular como forma de controle de natalidade; Aristóteles em sua "História dos Animais" recomenda a aplicação de uma mistura de azeite de oliva combinada com óleo de cedro, unguento de chumbo ou pomada de incenso no colo do útero para prevenir a gravidez.