Catadores de lixo esperam pacientemente pelos caminhões basculantes despejarem o lixo no cume do aterro nos arredores de Nova Delhi. Armados com sacolas plásticas, eles mergulham as mãos nuas no lixo e começam a separá-lo, inclusive agulhas usadas que invariavelmente acabam ferindo alguém. Todos os dias, mais de 2.300 toneladas de lixo são despejadas no aterro sanitário de Bhalswa, que cobre uma área maior que 50 campos de futebol, com uma pilha maior que um prédio de 17 andares. |
E todos os dias, milhares desses trabalhadores informais escalam as ladeiras precárias para catar o que pode ser recuperado. Eles estão entre as cerca de 20 milhões de pessoas em todo o mundo -em países ricos e pobres- que são fundamentais para manter as cidades limpas, ao lado de funcionários de saneamento remunerados.
A primeira coisa que você nota, aproximando-se do aterro sanitário de Bhalswa, é uma matilha de desis, os cães selvagens indiano, alguns deles tossindo. Ao longe uma revoada de urubus mancha o céu.
Isso e o fedor, uma mistura pútrida plástico queimado e animal morto em algum lugar próximo. De longe, parece um planalto árido nos arredores da capital da Índia. Mas esta montanha não é feita de terra. É puro lixo.
O aterro assa no calor do verão com mais de 40°C. Bhalswa começou a pegar fogo em abril e ardeu durante dois meses, emitindo fumaça e toxinas escorrendo nas águas subterrâneas e colocando em risco a vida dos catadores e dos moradores das imediações.
Com 17 andares e crescendo, logo será mais alto que o Taj Mahal. O monte tem hoje quase a mesma altura do Taj, que tem 60 metros. Dois anos atrás, um deslizamento de lixo encharcado matou dois catadores.
Este é um exemplo grande, fedorento e perigoso de como a Índia está crescendo, ficando mais rica, e gerando mais resíduos do que é capaz de lidar. Apesar do crescente problema do lixo, a quantidade de lixo produzida pelos indiano é oito vezes menos que a dos americanos.
Existem outros três grandes aterros que circundam a capital indiana e centenas mais em todo o país. Uma favela de catadores de lixo surgiu ao lado do aterro, ganhando a vida com isso. Eles separam tudo o que podem para vender para usinas de reciclagem. A maioria das pessoas nunca foi à escola e alguns estão ali desde crianças.
A maior parte da reciclagem da Índia acontece assim. Mesmo que você classifique seu lixo em casa, os coletores de lixo municipais geralmente o jogam no caminhão todos juntos. Ele é classificado novamente em um aterro sanitário, não pelo município, mas pelos mais pobres dos pobres.
O aterro deveria ter fechado faz mais de 10 anos, mas hoje, milhares de pessoas ainda ganham a vida separando e vendendo seus resíduos porque não tem outra escolha. Enquanto isso, os incêndios ameaçam suas vidas e meios de subsistência.
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