Na última semana, os países membros da União Europeia (UE) registraram um aumento significativo no número de cidadãos russos que entraram em seus territórios após o decreto do presidente Vladimir Putin que impõe uma "mobilização parcial" para recrutar pelo menos 300 mil soldados para serem enviados para a guerra na Ucrânia. Mais de 65.000 cidadãos russos entraram na UE, o que equivale a mais de 30% em relação à semana anterior. A maioria chegou à Finlândia e à Estônia, de acordo com a Agência Europeia da Guarda Costeira e de Fronteiras (Frontex). |
A maioria dos russos que fugiram possui autorizações de residência ou vistos para poder permanecer nos territórios dos países membros da UE ou países associados ao acordo de Schengen. Há alguns que até têm dupla cidadania. A Frontex estima que as passagens ilegais de fronteira podem aumentar se a Rússia decidir fechar suas fronteiras para impedir a saída de seus cidadãos, conforme anunciado anteriormente pelo Kremlin.
Polônia, Lituânia, Letônia e Estônia introduziram restrições à entrada de cidadãos russos que viajam exclusivamente para fins de turismo ou lazer. A Finlândia, o país mais afetado pela migração russa, juntou-se a esta lista de controles que entrarão em vigor a partir desta sexta-feira.
A Frontex estima que, a curto prazo, o número de russos que chegam aos pontos de fronteira da UE aumentará devido à incerteza relacionada à mobilização em curso da Rússia.
Em termos gerais, desde o início da invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro deste ano, pelo menos 1.303.169 russos fugiram de seu país para territórios membros da UE. No entanto, apenas na semana passada, no período entre 19 e 25 de setembro, pelo menos 65.951 deixaram a Rússia para países como Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia e Noruega.
Nesse sentido, dos quase 478.000 russos que entraram na Finlândia nos últimos sete meses, 42.349 o fizeram apenas na última semana. No caso da Estônia, dos quase 338.000 russos que recebeu, 9.114 o fizeram nos últimos dias, enquanto dos quase 64.500 que fugiram para a Letônia, 1.618 o fizeram desde o anúncio de Putin.
Para a Lituânia, outro dos países com maior acolhimento de russos, com quase 349 mil migrantes desde fevereiro, só na última semana entraram 9.837 no seu território, enquanto na Polônia, dos quase 64 mil russos que entraram desde a invasão a Ucrânia, 2.326 o fizeram desde 19 de setembro, e a Noruega, dos 10.789 recebidos em sete meses, 707 migraram nos últimos sete dias.
Na semana passada, as partidas de cidadãos russos para a Finlândia aumentaram 50%. Quase 5.000 cidadãos cruzaram a fronteira leste em um dos poucos países que não impuseram restrições ao turismo do país em guerra.
No caso da Geórgia, que não é membro da UE, também foi uma das nações mais afetadas pela migração russa. O governo confirmou que o número de russos que chegam diariamente é de quase 10.000 pessoas por dia.
Na fronteira com a Geórgia, autoridades da região russa da Ossétia do Norte admitiram que a situação é "tensa" no posto de controle de Verkhni Lars. As autoridades locais anunciaram a próxima instalação de um posto de mobilização militar na zona fronteiriça para recrutar reservistas que tentam sair do país.
As histórias de russos que têm que deixar tudo para fugir em busca de uma fuga da mobilização de Putin são dolorosas em muitos casos. Os voos para fora da Rússia se esgotaram rapidamente na quarta-feira após a mensagem de Putin sobre o recrutamento de soldados, mostram dados de companhias aéreas e agências de viagens.
O êxodo russo, que teve várias ondas desde o início da invasão, intensificou-se novamente após o discurso televisionado do chefe do Kremlin. O ministro da Defesa, Sergei Shoigu, disse que a Rússia mobilizaria inicialmente cerca de 300.000 reservistas, depois que o presidente alertou que usaria todos os meios militares disponíveis na Ucrânia.
Voos diretos para cidades de países ex-soviéticos próximos, incluindo Armênia, Geórgia, Azerbaijão e Cazaquistão, estavam esgotados na quarta -feira, segundo o site popular russo Aviasales.
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