A tradição da torre humana da Catalunha começa com uma base forte

Às vezes, é preciso uma aldeia para erguer uma montanha. Na Catalunha, nenhum festival está completo sem castelos, enormes torres de humanos que podem atingir alturas de cair o queixo: o mais alto já registrado tinha 10 níveis. Os castells remontam ao início do século 18, e provavelmente cresceu a partir de tradições muito mais antigas de construção de torres de ginástica e humanos em toda a Espanha, particularmente Valência, ao sul da Catalunha. A história diz que eles surgiram do antigo "Baile dos Valencianos", uma dança realizada em procissões religiosas, que terminava com o alçamento de construções humanas.

Ao contrário de muitos desses esportes antigos, que praticamente desapareceram com o tempo, os castells vêm ganhando popularidade nas últimas décadas. Cerca de uma centena de colles, ou equipes, estão ativos na região.

Em festivais e competições regionais, essas equipes lutam não apenas para construir o castelo mais alto, mas também para desmontá-lo de maneira controlada, sem tombar. Esta Jenga humana começa com o pinya. Como mostrado na imagem acima, tirada da equipe Colla Joves Xiquets De Valls durante uma competição no início deste mês em Tarragona. O pinya é essencialmente a força de dezenas de indivíduos entrelaçados para formar uma base.

Uma vez que o pinya está no lugar, um grupo menor de castellers cria o tronc, a seção central da torre, no topo. Camadas adicionais são adicionadas, cada nível de pé sobre os ombros do que está abaixo dele.

Crianças ou mulheres menores normalmente compõem as camadas superiores, ou pom de dalt. Um único enxaneta sobe ao topo desta pirâmide humana, sinaliza para a multidão e julga que o castelo está completo, e então desce.

O resto da formação segue o exemplo. Além do número de níveis, os castells são avaliados pela ordem do processo, do início ao fim. Alguns castells são construídos com abordagem modular: as camadas superiores se juntam no chão e são então levantadas no ar pelo próximo nível de castellers que se formam abaixo dele.

Criar um arranha-céu humano requer precisão, e todos os aspectos da construção de um castelo são cuidadosamente gerenciados. Cada posição e nível tem um nome específico, mesmo dentro do pinya aparentemente parecido com uma multidão.

As faixas que os castellers usam na cintura -usadas para apoiar as costas e também como apoio para as mãos e os pés para os companheiros de equipe subindo ou descendo a torre- variam em largura com base na função do indivíduo.

Até o ritmo da música tradicional tocada durante a construção serve para sincronizar os movimentos dos castellers. Como resultado dessa atenção cuidadosa aos detalhes, ferimentos graves e fatalidades são surpreendentemente raros, especialmente considerando que as torres são geralmente construídas no meio de praças implacáveis de concreto ou paralelepípedo.

Quando as torres humanas da Catalunha foram reconhecidas em 2010 pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial, a organização observou que o conhecimento necessário para criar castelos é tradicionalmente passado de geração em geração. Mas, talvez com mais precisão, cada nova geração se baseia no pinya da que veio antes dela.