Nem todas as mil portas do Palácio Hazarduari levam a algum lugar

O Palácio Hazarduari, anteriormente conhecido como Bara Kothi , localizado no campus de Kila Nizamat em Murshidabad, no estado indiano de Bengala Ocidental, tem toda a pompa e grandeza da cultura Nawabi de Bengala. Hazarduari, que significa "mil portas" em hindi, fica a poucos metros do rio Bhagirathi, a linha vital desta cidade. O grande palácio de estilo italiano de cor amarela com colunas dóricas gregas foi projetado pelo arquiteto Duncan Macleod no reinado Sayyid Mubarak Ali Khan II, popularmente conhecido como Humayun Jah, o Nababo de Bengala, Bihar e Orissa.

Jah lançou a pedra fundamental do palácio em 1829 e foi inaugurado em 1838. Ele queria fazer um palácio que se parecesse com o Palácio de Buckingham em Londres, segundo contou Asif Meerza, sua descendente.

- "No entanto após a conclusão, ele não gostou de fazer do palácio sua residência", disse Asif. - "Em vez disso, foi usado como Durbar e escritório onde todas as cerimônias importantes, como coroação, festas e reuniões públicas, eram realizadas."

O palácio tem de fato 1.000 portas, mas apenas 900 delas são reais. As 100 portas falsas do palácio foram construídas para enganar os invasores inimigos.

Este enorme edifício retangular de três andares tem 129 metros de comprimento e 61 de largura, com portões principais grandes o suficiente para permitir a passagem de um elefante com uma howdah, ou carruagem.

Ele foi batizado como Palácio de Jah, mas o local passou a ser chamado de Hazarduari por causa do número de portas. Eventualmente, o governo acabou reconhecendo esse como seu nome oficial que já estava na boca do povo.

Depois dos nababos, o Palácio de Hazarduari foi restaurado pela Secretaria de Levantamento Arqueológico da Índia e foi convertido em um museu que possui uma enorme exibição de artefatos usados pelos nababos de Bengala e do Império Britânico.

Mais de 100 quartos do palácio foram divididos em diferentes seções exibindo joias, roupas, tronos, carros, talheres, antiguidades, móveis, armas e pinturas. O andar térreo do museu exibe um arsenal, incluindo armas, lanças, armaduras, espadas, adagas e canhões usados em várias batalhas travadas pelos nababos.

O segundo e o terceiro andares exibem móveis, lustres, roupas e uma biblioteca com livros raros e manuscritos dos séculos XVIII e XIX. Embora não seja aberto ao público, pesquisadores e estudiosos podem usá-lo com permissão prévia do museu. O corredor e os quartos têm uma enorme coleção de belas pinturas a óleo e estátuas de mármore que fazem corar de vergonha qualquer museu britânico.

Um dos itens mais fascinantes do museu é um espelho misterioso, onde a pessoa que fica na frente dele não pode se ver, mas os outros podem. O espelho foi planejado para ser colocado a 90 graus, a razão por trás disso era enganar os invasores que quisessem atentar contra a vida do Nababo antes que eles percebessem que eram o alvo.

Este espelho mágico é colocado fora da galeria, e os visitantes fazem a experiência para saber a pertinência da história.

Bem na frente do palácio está localizado o enorme e branco Nizamat Imambara, um salão de congregação muçulmana xiita, construído em 1740 d.C. pelo Nababo Siraj ud-Daulah e reconstruído em 1847 por Mansur Ali Khan depois de ter sido destruído pelos incêndios de 1842 e 1846. É frequentemente mencionado como o maior imambara do mundo.

Outras características do complexo de Hazarduari incluem uma torre do relógio, a Mesquita Amarela e o Bacchhawali Tope, um canhão que se acredita ter sido disparado apenas uma vez.

O som do canhão foi considerado tão forte que induziu o parto na maioria das mulheres grávidas em um raio de 16 quilômetros. Daí o nome, que significa o "canhão que produz o parto".

Como a maioria dos museus e atrações populares indianas, o ingresso para o museu custa 25 rúpias (1,60 real) para indianos e nativos dos países da Associação Sul-Asiática para a Cooperação Regional, enquanto pessoas de outras nacionalidades devem pagar 500 rúpias (31 reais). O museu fecha às sextas-feiras e é terminantemente fotografar dentro do palácio.