Larváceos-gigantes são assim chamados por suas enormes "casas", que podem alcançar até um metro de largura. A criatura parecida com um girino dentro dela mal chega a 10 centímetros de comprimento. Brilhante, branco e cheio de geléia, o larváceo gigante é um organismo frágil e flutuante encontrado em todos os oceanos do mundo, o larváceo é um tunicado, um tipo de invertebrado conhecido por seu exoesqueleto protetor, semelhante a uma túnica, feito de proteínas e carboidratos. |
De fato, o larváceo gigante não tem "túnica", senão que ele secreta muco suficiente para construir uma "casa" semelhante a um balão que envolve o animal e captura pedaços de comida da água.
Esta casa de meleca inteligente é composta por dois filtros. O filtro externo, que se parece com uma nuvem gigante flutuando ao redor do larváceo, retém todos os tipos de plantas mortas ou à deriva e partículas de animais. Ele empurra as partículas menores para o filtro interno -a estrutura com aparência de girino-, enquanto mantém as maiores fora do caminho.
O filtro interno canaliza as pequenas partículas para a boca do larváceo-gigante. Como uma velha esponja de cozinha, eventualmente a casa mucosa fica tão cheia de detritos que o larváceo gigante a abandona e cria uma nova. Claro, essas casas antigas são um banquete absoluto para outras criaturas marinhas quando atingem o fundo do oceano.
O larváceo-gigante pertence ao gênero Bathochrdaeus e é dividido em três espécies. Um deles, o Bathochrdaeus charon, é tão raro que desapareceu por mais de 100 anos depois que foi descoberto em 1900. Em 2016, cientistas do Instituto de Pesquisa do Aquário da Baía de Monterey (MBARI) reencontraram um usando um veículo operado remotamente. O seguinte vídeo mostra outra espécie, o Bathohordaeus mcnutti, descoberta pelo MBARI em 2017, onde é possível ver ele batendo sua cauda dentro de sua casa mucosa para se mover pela água.
A terceira espécie, Bathochordaeus stygius, pode ser encontrada a região norte da costa nordeste do Brasil. Mas você provavelmente nunca encontrará um vivo, pois vivem na zona pelágica, que tem pelo menos 200 metros de profundidade. E se por acaso ver um na praia será nada menos que um amontoado de geléia disforme.
Larváceos-gigantes não são apenas criaturas fascinantes, eles também são incrivelmente úteis. De acordo com um estudo de 2017, de todos os organismos planctônicos -incluindo bactérias, algas, protozoários e animais à deriva ou flutuantes-, eles detêm o recorde de transmissão das maiores quantidades de carbono da atmosfera para o oceano profundo.
Eles fazem isso por meio do hábito de se livrar de suas velhas casas mucosas. A cada 24 horas, mais ou menos, eles as soltam como um balão murcho, e toda a carne carregada de carbono, forragem vegetal e até microplásticos desaparecem com ele.
- "Isso ajuda o oceano a remover o dióxido de carbono da atmosfera e carrega os microplásticos da coluna d'água até o fundo do mar", relatou Kim Fulton-Bennett para o MBARI.
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