A maioria dos fotógrafos e observadores de animais selvagens diria que o tragopan é uma ave difícil de encontrar. Esta ave rara e esquiva da família dos faisões com plumagem marcante vive nas altas altitudes do Himalaia; a maior população da ave está no Grande Parque Nacional do Himalaia, no distrito de Kullu, em Himachal Pradesh, a 75 quilômetros da cidade de Kullu. O gênero tragopan tem cinco espécies: o tragopan-ocidental, o tragopan-sátiro, o tragopan-de-Blyth, o tragopan-de-Temminck e o tragopan-de-Caboti. |
Os quatro primeiros são encontrados na Índia e o último só pode ser encontrado na China. Os faisões são aves carismáticas com plumagem deslumbrante, habitam o solo -não voam- e estão associados a uma vegetação lenhosa e diversa.
Das 51 espécies de faisões do mundo, 50 são endêmicas da Ásia. A única exceção é o pavão-do-Congo, que é nativo da Bacia do Congo na África. A região do Himalaia indiano possui 16 espécies, incluindo o monal-do-Himalaia, o faisão-koklass, o faisão-kalij e os tragopans, ocupando vários tipos de vegetação e gradientes altitudinais.
O tragopan-ocidental, a ave do estado de Himachal, parece uma ave selvagem e é reservada e tímida. Os moradores locais o chamam de jujurana, que significa rei das aves. O galiforme colorido é o tema de muitas canções folclóricas que o descrevem como uma bela criação de Deus. É essa criação, que guias que acompanham observadores de pássaros e fotógrafos chamam de "pássaro invisível".
Ramesh Krishnamurthy, um cientista do Instituto de Vida Selvagem da Índia, em Dehradun, Uttarakhand, que estudou esta ave e outros faisões por oito anos para seu doutorado, disse que é necessário uma espera longa e paciente para observar a ave e fotografá-la.
Segundo ele, os faisões gozam de um status especial na paisagem por serem os mais charmosos e conspícuos da fauna. Eles também são considerados a família de aves mais distinta do Himalaia por causa de sua plumagem brilhante. Os faisões desempenham um papel significativo na ecologia de alta altitude como base de presas para pássaros carnívoros e outros mamíferos.
Quando grande parte do solo está coberto de neve e os recursos são limitados, eles são forçados a descer para altitudes mais baixas.
Os faisões machos são mais coloridos que as fêmeas, que parecem galinhas sem graça (foto abaixo). Os tragopans são vermelhos-alaranjados, manchado com pintinhas cinza e brancas. Tem uma pele facial azul-clara vívida. Pés e pernas rosados. Estes faisões têm dois chifres carnudos e azuis que se projetam acima dos olhos durante as exibições de cortejo -por isso eles também são conhecidos como faisões-de-chifre.
Outra característica muito distinta dessas aves é uma espécie de barbela inflável azul e vermelha, que mais parece um babador, que eles desenrolam como um estandarte cerimonial em seu peito. Após o acasalamento, os chifres e o babador azul se retiram.
Uma caminhada difícil é a única maneira de ir em busca da ave nas áreas de altitude do referido parque, onde as subidas íngremes e as ladeiras escorregadias a tornam uma das caminhadas mais difíceis. Mesmo que não se veja a ave, a paisagem é envolvente e dramática, com os cumes das montanhas ora envoltos em nuvens, ora quando o sol os faz parecer banhados pela luz celeste.
O tragopan-sátiro é nativo do Butão, onde a caça é totalmente proibida. A população local está tão envolvida na proteção dessa ave que ela anda livremente como galinha doméstica, entrando até nos quintais das casas.
Todas as cinco espécies de tragopans são avaliados pela União Internacional para a Conservação da Natureza como sendo "espécies vulneráveis". A principal ameaça que enfrenta é a perda de habitat à medida que a floresta natural é convertida em terras agrícolas ou plantações de coníferas e bambu.
Isso reduz a disponibilidade de locais de nidificação adequados nas bifurcações das árvores, mas espera-se que o fornecimento de plataformas artificiais de nidificação possa ajudar. As aves estão presentes em algumas áreas protegidas mas estas são majoritariamente de pequeno porte. A caça ilegal ainda ocorre em algumas áreas.
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