O peixe-sapo-peludo é uma maravilha da evolução

Um peixe nada tranquilamente acima de um aglomerado de corais no fundo do mar. De repente, uma criatura parecida com uma bolha peluda emerge do coral com sua bocarra e devora o lanche. O ser bizarro não é um monstro marinho mítico, é um peixe-sapo-peludo (Antennarius striatus), também conhecido como peixe-sapo-estriado. E sua aparência não é sua única característica estranha. Ele é coberto por espínulos dérmicos irregularmente arranjados, que lembram fios de cabelo, e que permitem que o animal marinho se camufle contra corais e algas marinhas.

Encontrado principalmente em águas quentes em todo o mundo, pode ser encontrado em toda costa brasileira, mas é mais proeminente na costa nordestina. As únicas águas em que esses peixes não são encontrados são o Mediterrâneo e o Ártico.

Como acontece com todos os peixes-sapo, o Antennarius striatus é um carnívoro voraz não muito exigente que devora todas as presas de tamanho certo que passarem ao seu alcance, geralmente outros peixes, mas às vezes até sua própria espécie. Sua boca grande é extensível para a frente, permitindo que engula presas tão grandes quanto ele.

Ele é um péssimo e lento nadador, na verdade, têm um estilo de vida bentônico e solitário, mas se você piscar não o verá dando o bote em suas presas. O peixe-sapo-peludo tem um dos métodos de alimentação mais rápidos conhecidos no reino animal, como não tem dentes, ele usa a sucção para inalar sua comida inteira e viva. Quando a presa está perto o suficiente, ele expande sua cavidade oral abaixando a mandíbula inferior e estendendo a superior sugando sua presa.

O estriado faz algo que realmente o destaca de muitas outras criaturas marinhas: ele não nada. Ele têm nadadeiras peitorais e pélvicas articuladas únicas que lhes permitem caminhar ao longo do fundo do oceano usando sua nadadeira dorsal anterior em conjunto com sua cauda anal.

No entanto uma das coisas mais legais deste peixe feioso é que, se for submetido a um determinado ambiente, ele tem a capacidade de mudar de coloração e padrão de pigmentação, levando apenas algumas dias para se adaptar e se misturar com o novo ambiente.

Embora o peixe-sapo-peludo tenha a capacidade de absorver o ambiente e se camuflar, eles também têm a capacidade de expressar mimetismo batesiano, onde imitam outras espécies perigosas, como a anêmona-do-mar, para impedir o ataque de predadores.

Esses peixes também possuem um mecanismo de defesa para quando são encontrados por predadores, que inclui inchar o corpo com água e permanecer inflado para dificultar a deglutição.

Esses caras às vezes se aproximam sorrateiramente de suas presas. Mas outras vezes eles fazem suas presas virem até eles. A primeira espinha dorsal, o ilício, que é usado como uma vara de pescar. Sua ponta possui uma característica esca (isca) em forma de verme que, quando acenada para frente e para trás, atrai presas desavisadas à distância de ataque.

O peludo é uma das raras espécies desta família que também exibe um atrativo químico na pesca, que é usado principalmente à noite, quando a luz não está disponível a esca brilha. O problema é que a esca é muito suscetível a predadores, mas o peixe-sapo-estriado tem outra carta na manga: ele a enrola junto ao corpo quando não está caçando.

De fato, há duas espécies de peixes-sapo, o A. pauciradiatus e A. randalli, que têm uma estrutura semelhante a uma bolsa onde podem guardar a esca entre a segunda e a terceira espinha dorsal.

Quando o dia de pesca está ruim, o peixe-sapo-peludo recolhe sua varinha de pescar e caça pelo método de emboscada. Com sua capacidade de se camuflar com o meio onde vive, ele simplesmente espera que a presa venha até ele sem se dar conta de sua presença. Quando um peixe se aproxima a uma distância providencial, sua boca pode aumentar até 12 vezes seu tamanho original, criando um vácuo para sugar a presa.

Todo o processo leva apenas seis milésimos de segundo e a própria presa nem sabe o que aconteceu. A coisa toda é tão rápida que até mesmo uma câmera de alta velocidade tem dificuldades em registrar. É o bote mais rápido do reino animal.