Como macacos japoneses aprenderam a lavar batatas-doces

Existe um mito que remonta ao ano de 1965 de uma "consciência coletiva" dentro de macacos encontrados em pequenas ilhas na costa japonesa. O "Fenômeno do Centésimo Macaco", como começou a ser chamado, baseava-se no estudo de macacos-japoneses (Macaca fuscata) que vagavam livremente. Em 1952, os cientistas introduziram batatas-doces aos macacos na Ilha de Koshima, jogando-as na praia para que eles as encontrassem e pegassem. No ano seguinte, os cientistas descobriram que uma jovem macaca chamada Imo tinha o costume de lavar a areia da batata mergulhando-a na água salgada.

Isso pode ter ocorrido por vários motivos, ou ela não gostava do sabor da areia, as batatas ficaram mais saborosas com sal ou simplesmente pareciam mais apetitosas. De qualquer forma, Imo manteve o comportamento, continuando a lavar as batatas-doces que encontrava na praia.

Nos anos seguintes, de 1952 a 1958, os pesquisadores descobriram outros macacos copiando a prática e ensinando a seus filhos também. Com a passagem do tempo, mais e mais tropas de macacos imitaram o mesmo movimento. A polêmica surgiu quando pesquisadores afirmaram que o hábito parecia ter saltado barreiras naturais e surgido espontaneamente em outras colônias em diferentes ilhas e até no continente.

Isso resultou em mais publicações sobre a ideia de uma "consciência coletiva", uma ideia favorecida por psicólogos como Carl Jung, que divulgou o termo "psique objetiva", uma ideia que se refere a um segmento de uma mente inconsciente herdada geneticamente.

Embora a história do "Fenômeno do Centésimo Macaco" tenha sido posteriormente desmascarada como uma grande necedade, a ideia de uma cascata de informações resultando na imitação de lavar batatas-doces foi e continua a ser bastante real. Os pesquisadores dispuseram grãos de trigo na praia também é o fenômeno se repetiu.

Aprendemos nas aulas que as cascatas de informação são resultado de tomadas de decisões sequenciais mesmo diante do conhecimento pessoal. Tenho certeza de que a maioria desses macacos estava perfeitamente bem comendo suas batatas-doces arenosas, então por que eles de repente começaram a lavá-las? A razão, simplesmente, é o resultado de uma criação lenta e sequencial de prova social para uma maneira "superior" de comer batata-doce.

Se um dia você visse alguém lavando suas maçãs antes de comer, talvez você também começasse a lavar suas maçãs com medo de algo errado com a superfície de sua fruta. Mesmo se você tivesse certeza de que suas maçãs estavam boas, você as comeu no passado e ainda não morreu, você pode lavá-las apenas por segurança.

Com o tempo, como você tem maior exposição a diferentes pessoas vendo você lavando suas maçãs, a ideia se espalha e 6 anos depois todo mundo está lavando suas maçãs. A ideia de cascatas de informações pode desempenhar um poderoso motivador quando não há informações conhecidas em contrário, sem uma razão para acreditar que as batatas arenosas fazem refeições superiores, não há muitas razões para não começar a lavá-las.

E embora os macacos no Japão não tenham realmente desenvolvido uma consciência coletiva sobre a lavagem da batata-doce, aqueles que viram e tomaram sua própria decisão sobre o estado de suas próprias batatas o fizeram e decidiram lavá-las.

Aquele comportamento alterado levou a várias mudanças de conduta alimentícia ao longo dos próximos anos, todas as quais foram de grande benefício para a compreensão do processo de ensino e aprendizagem em comportamento animal. Por exemplo: os jovens adotaram o novo comportamento, mas os familiares imediatos mais velhos continuaram comendo batata-doce e trigo arenoso.

Uma vez que o grupo inicial tinha juvenis, ocorreu uma mudança na dinâmica do comportamento de ensinar as gerações anteriores e atuais, para uma nova dinâmica onde a próxima geração aprendia por observação. O comportamento não era mais ensinado ativamente, mas observado e imitado passivamente.

Imo continuou a inovar: foi ela que aprendeu a peneirar os grãos de trigo da areia jogando punhados de areia e trigo na água e depois pegando o trigo que flutuava até o topo. Esta conduta também foi copiada usando o processo de ensino e aprendizagem, até que houvesse muitos macacos na ilha com muito pouco trigo distribuído, que foi quando a competição se tornou muito acirrada e os macacos mais fortes roubavam o trigo coletado dos mais fracos, então eles interrompiam o comportamento aprendido em prol da autopreservação.

No início os macacos tinham medo do oceano, apenas se dignando a colocar as mãos e os pés nele, a inovação da peneiração do trigo levou os macacos a submergir mais de seus corpos na água ou a brincar no oceano. Adivinha quem fez isso primeiro? Ela mesma! Esse comportamento foi novamente copiado usando os processos de ensino e aprendizagem. Imo começou também a comer mariscos, mas a fonte de moluscos nas rochas da ilha era pequena e, embora o comportamento tenha sido reproduzido por outros animais, não se espalhou pela falta de moluscos.