Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o brasileiro consome em média 45 quilogramas de carne de frango por ano. Espera-se que o consumo de frango cresça nos próximos anos, e com isso vem uma maior conscientização dos consumidores sobre as condições em que os frangos são criados. Em teoria, criar galinhas caipiras é melhor tanto para as galinhas quanto para os consumidores, em comparação com galinhas criadas convencionalmente, que são confinadas e gaiolas dentro de ambiente fechados, sem acesso ao ar livre, e geralmente alimentadas com uma dieta de grãos enriquecida com vitaminas e minerais. |
Em termos mais simples, as galinhas caipiras têm a liberdade de vagar ao ar livre, em vez de ficarem enfiadas em gaiolas. Embora a galinhada ainda esteja obviamente cercada para proteção contra predadores, as galinhas caipiras geralmente têm acesso a campos e espaços abertos, além de um galinheiro que fornece mais abrigo.
Juntamente com as condições de vida, a designação de caipira demonstra um nível de cuidado e qualidade na criação de frangos que sustenta um produto melhor.
Um estudo com 400 galinhas descobriu que, após 280 dias, as galinhas caipiras tiveram pontuações significativamente melhores em caminhada, condições das penas, bactérias intestinais benéficas e qualidade da carne do que as galinhas convencionais.
Outro estudo descobriu que a carne de frango caipira tinha significativamente menos gordura e mais proteína, ferro e zinco, em comparação com a carne de aves convencionais.
No entanto, é importante notar que em ambos os estudos o grupo caipira tinha acesso ilimitado ao ar livre. Além disso, no segundo estudo, a área externa tinha grama para as galinhas pastarem.
As aves caipiras geralmente têm um teor de proteína mais alto do que as galinhas criadas comercialmente. Além disso, os frangos comerciais também têm sido associados a desequilíbrios hormonais e aumento do colesterol. Como o que o frango come afeta a saúde e a qualidade da carne que você ingere, é crucial escolher aves criadas com uma dieta livre de drogas.
É verdade! As galinhas caipiras são galinhas mais saudáveis, por isso produzem carne mais saborosa. Alguns acreditam que isso se deve aos níveis mais baixos de cortisol, que podem endurecer a carne, ou ao aumento do exercício que desenvolve melhor os músculos, criando uma textura mais suculenta. É claro que as aves criadas com uma dieta limpa de maior qualidade também terão um sabor melhor.
Já a percepção que a qualidade nutricional dos ovos produzidos ao ar livre é superior à dos ovos produzidos em gaiolas é polêmica. As diferenças de idade, linhagem e nutrição das galinhas tornam extremamente difíceis as conclusões científicas sobre os efeitos dos sistemas de alojamento na qualidade dos ovos. As percepções dos consumidores sobre estes sistemas alternativos que fornecem um produto melhor são então cientificamente injustificadas em termos de haver qualquer diferença nutricional.
Um estudo de 2011 comparou ovos caipiras e convencionais em gaiolas quanto a ácidos graxos, colesterol, vitaminas A e E, encontrando maior teor de gordura em ovos caipiras e nenhuma diferença significativa nos níveis de colesterol e vitaminas.
No entanto, observou-se que a vitamina D nos ovos aumenta até 4 vezes em galinhas expostas à luz solar, em comparação com galinhas que são mantidas longe da luz solar. O mesmo estudo sugere que galinhas alimentadas com grama e insetos podem produzir ovos ricos em ácidos graxos ômega 3, sem efeitos oxidativos adversos. Alguns outros estudos não revisados por pares encontraram evidências de benefícios nutricionais de ovos caipiras.
Ademais, os ovos caipiras podem ser mais largos e ter uma cor mais alaranjada nas gemas devido à abundância de verduras e insetos na dieta das aves. No entanto, uma gema laranja não é garantia de que um ovo foi produzido por uma galinha caipira. Aditivos alimentares, como farinha de pétalas de calêndula, algas secas e farinha de alfafa, podem ser usados na dieta de galinha em gaiolas para colorir as gemas.
A forma como os animais são tratados é importante. As galinhas caipiras não são submetidas a condições de vida perigosas ou desconfortáveis e, em vez disso, são criadas de forma humana e processadas com dignidade.
No Reino Unido, instituições de caridade como Novo Começo para Galinhas e Grupo Britânica do Bem-estar da Galinha organizam o realojamento de galinhas de granjas com gaiolas que, de outra forma, seriam abatidas.
Pequenos agricultores privados pagam cerca de 20 reais por "galinha resgatada", e essas aves, que ainda podem botar ovos, passam então uma "aposentadoria" em um verdadeiro ambiente caipira. Eu tenho um amigo que faz isso na cidade de Pirabeiraba. Ele afirma que não há melhor educação do que observar a confusão e a perplexidade de uma ex-galinha de gaiola transformar-se em admiração em seu novo ambiente. Ele conta que algumas galinhas, quando chegam na sua granja, ficam 4 ou 5 dias paradas no mesmo lugar, mas quando percebem que podem vagar livremente começam a correr desajeitamente como loucas.
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