A migração do salmão, também chamada de corrida do salmão ou piracema, é um evento anual onde várias espécies de salmão retornam do oceano para seus locais de desova em água doce. Os salmões migram para o mar assim que eclodem porque o oceano tem mais recursos do que os ecossistemas de água doce. Isto significa que os peixes podem crescer muito num período de tempo menor do que seria possível se permanecessem onde nasceram. Ficar maior em um ritmo mais rápido significa que há menos chance de ser comido e que as fêmeas poderão botar mais ovos. |
Quase todos os salmões morrem após a desova, o que significa que a migração ocorre no final da vida. Isso acontece porque não faz sentido biologicamente que um peixe enorme gaste energia viajando de volta ao oceano. Além disso, eles gastaram tanta energia nadando contra as correntes para chegar aonde precisam que seus corpos estão desgastados. Como resultado, faz sentido que a sua vida termine depois de terem cumprido a sua missão reprodutiva.
Ou seja, o salmão e outros peixes nadam contra a corrente porque isso faz parte do seu ciclo de vida reprodutivo. Os salmões nascem em rios de água doce, passam a maior parte de suas vidas no oceano e depois retornam ao local onde nasceram para depositar seus próprios ovos. O salmão nadando rio acima é tanto uma forma de migração quanto uma forma de garantir que seus filhotes sobrevivam o tempo suficiente para eclodir e se tornarem adultos. A jornada é desafiadora, mas leva ao sucesso das populações de salmão, das quais os animais e os humanos dependem para se alimentar.
A principal razão pela qual os salmões nadam contra a corrente é para garantir a sobrevivência de seus descendentes. Este hábito de desova dos peixes é o que faz com que o salmão transmita seus genes com sucesso. Os salmões são anádromos, o que significa que nascem em água doce, migram para o oceano de água salgada durante a maior parte da sua vida adulta e depois regressam à água doce para se reproduzirem ou desovarem.
À medida que os salmões jovens eclodem em seu riacho natal, eles aprendem seu cheiro. À medida que migram rio abaixo e para o oceano, podem até memorizar certos aromas ao longo do caminho. Mesmo depois de terem estado ausentes durante muitos anos, quando estes salmões regressam ao seu local de nascimento quando adultos, utilizarão esses cheiros para “testar as águas” e encontrar o seu riacho natal. Se eles nadarem pelo rio errado, o cheiro familiar desaparecerá e eles descerão para testar outro riacho.
Para se preparar para a desova, a fêmea do salmão cria uma depressão no leito do rio usando a cauda. Ela põe seus óvulos na depressão, e o macho deposita esperma, nos óvulos para fertilizá-los. A fêmea do salmão então cobre o ninho com cascalho antes de prosseguir para criar um novo. Uma única fêmea de salmão pode botar entre 2.500 e 7.000 ovos e criar até sete ninhos. P fantástico vídeo abaixo mostra o lago Iliamna, o maior do Alasca, com suas áreas de desova em uma das maiores piracemas da história recente de salmão-vermelho.
Embora as espécies de salmão vivam de dois a oito anos, a maioria morre dias ou semanas após a reprodução. Esses peixes tornam-se uma importante fonte de alimento e nutrientes para o ecossistema e podem até ajudar as plantas a crescer. Depois que ursos ou pássaros se alimentam de salmão na floresta do Alasca, suas carcaças são deixadas para trás. Eles liberam nutrientes no solo que nutrem os abetos Sitka e as árvores de cicuta.
Alguns estudos demonstraram que o salmão utiliza o campo magnético da Terra para orientar a sua migração. Isso os ajuda a viajar longas distâncias e a entender para onde estão indo. A intensidade e a inclinação do campo magnético da Terra ajudam os salmões a se orientarem. Esta é uma característica herdada geneticamente pelo salmão, o que significa que eles não precisam aprender isso com outros peixes. Muitos dos salmões podem até nadar 320 quilômetros rio acima para encontrar os seus locais preferidos para desovar.
As pessoas podem pescar durante a corrida do salmão? Sim, não há período de defeso, mas a pesca não pode ser predatória e a sanção pode render cadeia. A pesca deve ser recreativa e pode ser de subsistência, limitada a 15 kg mais um peixe. No entanto, as autoridades de vida selvagem podem intervir e proibir a pesca se notarem que a piracema está menor que a de anos anteriores.
Já no Brasil, durante a piracema, a pesca fica proibida (período de defeso), uma vez que os grandes cardumes encontram-se no seu período de reprodução e estão mais vulneráveis. A captura de grande quantidade desses peixes nessa época pode ocasionar uma diminuição da população de uma determinada espécie, prejudicando, assim, o meio ambiente e todos que retiram do peixe o seu sustento. Vários peixes brasileiros praticam a corrida, entre os mais conhecidos estão os curimatãs, dourados, mandi, matrinxã, pacu, piauçupiapara, piracanjuba, piramutaba, entre outros.
O período de piracema varia nos diferentes estados do nosso país com dependência do período de chuva, mas, no geral, o período de defeso da piracema estende-se, entre 1º de novembro à 28 de fevereiro. Neste período é terminantemente proibido pescar qualquer peixe nativo. A multa é bem pesada além de responder por crime ambiental.
Durante o defeso só é permitido pescar espécies introduzidas, como o maldito bagre-africano e tilápia. Também é permitido pescar o conhecido como peixes híbridos, que em geral se tornam uma praga nas bacias hidrográficas, como por exemplo, o tambacu que é o cruzamento do tambaqui com o pacu.
Ademais, é bom sempre se lembrar que a carteirinha de pescador é obrigatória durante todo o ano ela é grátis para aposentados custa 20 reais para pesca de barranco e 60 para embarcada. Basta acessar o gov.br e fazer a sua on-line.
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