Os meteorologistas descreveram dilúvios recentes em enchentes por diversos países do mundo com uma expressão climática cativante: rio atmosférico. Não parece apenas assustador, essas faixas de umidade tropical podem, na verdade, causar inundações terríveis, deslizamentos de terra e danos a estradas e casas. Um rio atmosférico é uma faixa estreita de precipitação quente que pode abranger milhares de quilômetros de comprimento. |
Eles ocorrem desde os trópicos até as latitudes médias. Os rios atmosféricos não são rios reais, é claro, mas é uma descrição muito boa de uma característica que se assemelha a um rio nas imagens de satélite e pode levar torrentes de água para comunidades infelizes à medida que o sistema chega à costa.
Estes rios são o resultado de extensos sistemas de baixa pressão que se formam suficientemente a sul para que a sua circulação no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio recolha vapor de água dos trópicos e o transporte para o norte.
As tempestades que causam a formação de rios atmosféricos geralmente são capazes de gerar elevação ascendente suficiente para criar precipitação. As montanhas podem desempenhar um papel: elas são muito eficazes em extrair a umidade da atmosfera à medida que o vento sobe pelas laterais do terreno.
Quer se trate de chuva ou neve, qualquer precipitação que se forme dentro dessa faixa de níveis elevados de umidade pode ser bastante intensa, produzindo totais de precipitação elevados e muitos metros de neve em casos extremos.
A Califórnia, por exemplo, tem uma reputação de clima calmo e ensolarado, mas o estado nunca tem vida fácil quando se trata de lidar com os acessos de raiva da natureza. Na última década, o estado esteve atolado em uma seca devastadora que foi finalmente interrompida em 2017, quando uma tempestade após outra rugiu do Pacífico e encharcou o estado com quantidades incontroláveis de chuvas fortes.
A força motriz que deu volume a cada tempestade foi um rio atmosférico. Sem ele, não haveria muita umidade para os sistemas de tempestades trabalharem.
No Brasil, o fenômeno dos rios atmosféricos tem início a partir de certas regiões da Amazônia. Tais fluxos são alimentados pela umidade fornecida pela floresta, transportando umidade e vapor de água advindos da evapotranspiração das árvores para outras regiões, que normalmente estão relacionados ao registro de chuvas intensas e duradouras nas regiões sudeste, sul e centro-oeste.
A vazão dos rios flutuantes é equivalente a vazão dos rios amazônicos, lançando cerca de 200.000 m3/s. Isso acontece porque uma árvore bombeia para a atmosfera mais de 300 litros de água, em um dia, sendo que uma árvore maior, pode evapotranspirar mais de 1.000 litros por dia. Imagina-se que haja 600 bilhões de árvores na Amazônia.
Todas as condições meteorológicas são o resultado da tentativa da natureza de equilibrar a desigualdade, e os rios atmosféricos, tal como qualquer outra condição climática, servem a este propósito. O vento sopra de áreas de alta pressão atmosférica para áreas de baixa pressão, na tentativa de eliminar a desigualdade de mais moléculas de ar em um local do que em outro. A corrente de jato é o resultado direto de diferenças acentuadas de temperatura entre os trópicos e os pólos. Os furacões existem para transportar calor dos trópicos para os pólos. Os rios atmosféricos existem para retirar a umidade dos trópicos e espalhá-la pelo mundo.
Embora os rios atmosféricos pareçam difíceis de desfrutar, estaríamos em grandes apuros sem eles. Em 1998, um estudo realizado por cientistas do MIT relatou que 90 por cento de toda a transferência de umidade entre os trópicos e o resto do mundo ocorre todos os anos dentro destas faixas estreitas.
A umidade levada para o sudeste e centro-oeste brasileiro garante a esta região capacidade para não se tornar um deserto, uma vez que outras regiões na mesma faixa subtropical são desertos, como o Australiano, Kalahari, Namíbia e o Atacama, localizados nas regiões próximas da latitude de 30° sul.
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