Funeral de Alexei Navalny: Centenas de pessoas em luto fazem fila do lado de fora da igreja

Multidões se reuniram em Moscou na sexta-feira para observar o funeral de Alexei Navalny, com aliados do falecido político da oposição russa dizendo que milhares de pessoas se reuniram apesar do estrito controle das autoridades russas, expressando desafio e chamando Navalny de "verdadeiro herói". Mais de 100 pessoas em toda a Rússia foram detidas, segundo um grupo de monitoramento dos direitos humanos. O Kremlin disse que não tinha “nada” a dizer à família de Navalny e também alertou contra memoriais não autorizados em sua homenagem.

O serviço penitenciário da Rússia disse que ele morreu depois de se sentir mal após uma caminhada, enquanto a equipe e a família de Navalny culparam o presidente russo, Vladimir Putin, por sua morte. Sua viúva, Yulia Navalnaya, divulgou uma mensagem expressando seu amor:

- "Não sei viver sem você, mas vou tentar fazer você aí em cima feliz por mim e orgulhoso de mim", disse Yulia.

Navalny, que ganhou as manchetes globais quando foi envenenado com um agente nervoso em 2020, encorajou os russos a não desistirem no caso da sua morte. Desafiado em seu quintal, Putin ameaçou novamente o Ocidente com guerra nuclear e dada sua sanha não será novidade que autoridades russas dissidentes caiam de prédios, escadas ou sejam envenenados com novichock

Restos de neve se acumularam nas ruas de uma Moscou cinzenta, enquanto as pessoas faziam fila do lado de fora da igreja onde o velório estava sendo realizado. Espera-se uma forte presença policial, uma vez que as tensões políticas aumentam antes das eleições presidenciais que terão lugar de 15 a 17 de Março.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse na sexta-feira que qualquer reunião não autorizada em apoio a Navalny seria contra a lei. Navalny morreu em circunstâncias pouco claras no mês passado, enquanto cumpria pena numa colônia prisional no Ártico. Os relatórios dizem que a certidão de óbito apontava para causas naturais.

A família de Navalny, os seus apoiantes e os líderes ocidentais afirmaram que o presidente russo, Vladimir Putin, é responsável pela morte do seu rival, mas o Kremlin negou qualquer envolvimento.

Sabe-se lá se Putin está blefando outra vez em um mundo cheio de autoridades frágeis e com ausência de culhões. Seria realmente interessante ver quem ladraria mais em um octógono de Putin vs Trump. Hoje, o prosseguimento da guerra pela Rússia depende agora de projéteis de artilharia adquiridos à Coreia do Norte e de drones adquiridos do Irã.

A Rússia concentra os seus ataques militares em edifícios e infraestruturas civis longe da frente. Mas está fazendo avanços lentos no campo de batalha, à medida que o exército ucraniano fica sem munições. Quanto ao futuro, os militares russos precisarão de décadas para reabastecer o seu equipamento e mão-de-obra.

As suas exportações militares enfrentarão um dia um mercado internacional onde os seus melhores produtos provaram ser totalmente inadequados contra as baterias americanas Javelins, HIMARS e mísseis Patriot. E os seus generais e funcionários passarão o resto das suas vidas protegidos de acusações internacionais de crimes de guerra ou evitando tomar novichok.

No dia seguinte ao fim da guerra, os problemas da Rússia começam verdadeiramente, e durarão décadas. O poder brando e a influência de uma nação outrora grande ficarão em frangalhos. A sua economia não se integrará rapidamente com o resto do mundo. Em vez disso, enfrentará exigências de reparações e uma falta de confiança ou simpatia por parte das nações de mercado democrático do mundo.

A Rússia pode ser um herói e parceiro de outros aspirantes a autocratas agressivos. Mas o seu futuro real pode ser o de um Estado cliente e de um posto de gasolina para a China. Putin pode desprezar Gorbachev pela dissolução da União Soviética. Os seus sucessores, no entanto, insultarão Putin por reduzir a Rússia à ruína.